uso-antiretroviral-hivNovos estudos mostram como o uso diário de drogas antirretrovirais pode reduzir o risco de adquirir HIV em até 73% em pessoas não infectadas pelo vírus causador da AIDS. Os resultados dos estudos realizados no Quênia, Uganda e Botsuana provam que o uso dos medicamentos pode prevenir a transmissão heterossexual do HIV, de homens para mulheres e de mulheres para homens.

Este é um grande avanço científico que reconfirma o papel essencial que a medicina antirretroviral tem a desempenhar na resposta à AIDS”, disse o Diretor Executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Michel Sidibé. “Estes estudos podem nos ajudar a atingir o ponto de inflexão na epidemia de HIV,” acrescentou.

Um dos estudos, conduzido pelo Centro Internacional de Pesquisa Clínica da Universidade de Washington, acompanhou 4.758 casais sorodiscordantes – em que uma pessoa carrega o HIV e a outra não – no Quênia e em Uganda. Aos parceiros não infectados foram ministrados comprimidos de tenofovir, tenofovir/emtricitabina ou comprimidos placebo. Houve 62% menos infecções por HIV no grupo que recebeu tenofovir e 73% menos infecções pelo HIV no grupo que tomou tenofovir/emtricitabina do que no grupo que recebeu o placebo.

O segundo estudo, conduzido pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, acompanhou 1.200 homens e mulheres em Botsuana. Neste caso, os comprimidos antirretrovirais reduziram o risco de contrair o HIV em cerca de 63%.

Em novembro do ano passado, um estudo entre homens que fazem sexo com homens, realizado em seis países, relatou uma redução de 44% na transmissão do HIV entre aqueles que tomaram um comprimido  diário de tenofovir/emtricitabina.

“Novas formas de prevenção do HIV são urgentemente necessárias e estes estudos poderiam ter enorme impacto na prevenção da transmissão heterossexual,” disse a Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. “A OMS vai trabalhar com os países para usar as novas descobertas na proteção de mais homens e mulheres da infecção pelo HIV.”

O UNAIDS e a OMS já vem trabalhando com países na África Subsaariana, na América Latina e na Ásia para explorar o papel potencial da profilaxia pré-exposição na prevenção do HIV. Estima-se atualmente que apenas cerca de metade das 33 milhões de pessoas vivendo com HIV conheçam o seu estado. Um aumento na testagem para o HIV teria um impacto significativo na resposta à AIDS, especialmente se mais pessoas ganhassem acesso a novas tecnologias de prevenção do vírus, levando em consideração as novas descobertas.