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- Categoria: Coronavírus | covid-19
- By Fábio Reis
Nitazoxanida (annita) é eficaz contra o coronavírus?
Alerta: este artigo foi publicado em 15/04/2020, em 23/10 foi publicado um estudo conduzido pelo governo federal sobre o uso da nitazoxanida no tratamento da COVID-19 que pode ser lido em https://pfarma.com.br/coronavirus/5963-estudo-nitazoxanida.html
O Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação Marcos Pontes anunciou em coletiva, realizada nesta quarta-feira (14/4), que teste in vitro realizados no laboratório do CNPEM demonstrou que um fármaco possui 94% de eficácia em ensaios com células infectadas (com o novo coronavírus SARS-CoV-2).
Durante coletiva o ministro disse que não iria mencionar o nome do medicamento para evitar uma correria em torno de um medicamento sem ter a certeza de que ele irá funcionar, como aconteceu anteriormente com a cloroquina que até fez com que medicamento esgota-se nas farmácias.
Após a coletiva alguns portais de notícias e pessoas na internet começaram a compartilhar que o medicamento era a nitazoxanida, vendida com o nome comercial de Annita, ou a ivermectina. Inclusive algumas pessoas sugeriram de forma equivocada a dose e como as pessoas deviam tomar.
Pesquisadores alertam que a eficácia em testes in vitro não significa que o fármaco seja eficaz em humanos.
Muitas moléculas são testadas in vitro, durante o desenvolvimento de novos medicamentos, e até mesmo aquelas que possuem excelentes resultados nunca chegam de fato a virarem medicamentos, porque quando passam para os testes em humanos demonstram ser ineficazes.
Durante coletiva Luiz Henrique Mandetta disse que foi procurado pelo ministro Marcos Pontes com a sugestão de usar um vermífugo para combater o coronavírus, ele disse “tem um anti-helmíntico, dizendo que essa linha aqui, que é um vermífugo. Mata muito bem in vitro. E agora vai começar os testes em pessoas. Vermífugo mata vírus. A cloroquina mata vírus”, declarou.
De acordo com o CNPEM, o nome do fármaco, que tem baixo custo e ampla distribuição no território nacional, será mantido em sigilo até que os resultados de testes clínicos sejam concluídos.
Sobre a Nitazoxanida
A nitazoxanida é um anti-helmíntico antiparasitário, de amplo espectro, aprovada pela Anvisa apenas para tratamento de gastroenterites virais provocadas por rotavírus ou norovírus, helmintíases, amebíase, giardíase, criptosporidíase, blastocistose, balantidíase e isosporíase. Também está sendo testada no tratamento da hepatite C.
A ação sobre vírus (como rotavírus) se dá através da inibição da síntese da estrutura viral, bloqueando a habilidade do vírus em se replicar.
A Nitazoxanida é um derivado da nitrotiazolil-salicilamida, para administração oral. É um pó cristalino amarelo brilhante, pouco solúvel em etanol e praticamente insolúvel em água. Quimicamente é a 2-acetiloxi-N-(5-nitro-2-tiazolil) benzamida. A fórmula molecular é C12H9N3O5S e seu peso molecular, 307,3.
Reações adversas comuns a nitazoxanida incluem Dor abdominal, diarreia, náusea, vômito e dor de cabeça. Também pode aparecer reações incomuns como reação alérgica, aumento dos níveis sanguíneos de transaminase glutâmica pirúvica, anemia, aumento do apetite, aumento da creatinina no sangue, hiperidrose, tontura, coloração amarelo claro no olho, febre, flatulência, hipertensão, prurido, rinite, aumento das glândulas salivares, taquicardia, coloração amarelada ou amarelo-esverdeada da urina ou esperma.
A nitazoxanida possui algumas contraindicações: não deve ser usada por pessoas com doenças hepáticas ou com doença renal.
Texto por Fábio Reis para PFARMA
* A reprodução é permitida, desde que citado o autor e fonte com link para https://pfarma.com.br
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