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- Categoria: Coronavírus | covid-19
- By Fábio Reis
Jair Bolsonaro teria se vacinado com a vacina da Janssen contra Covid-19
CGU apura registro da dose única da vacina da Janssen contra covid-19 aplicada em Jair Bolsonaro, que era contrário à vacinação.
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que protagonizou falas polêmicas em relação à vacinação contra a Covid-19, teria recebido uma dose única da vacina da Janssen em julho de 2021, segundo declaração do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, à rede de TV CNN. A CGU agora apura junto ao DataSUS se o registro da vacinação foi adulterado.
“Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar”, declarou o ministro.
Bolsonaro sempre alimentou o movimento antivacina no Brasil ao criticar a eficácia e a segurança das vacinas contra a Covid-19. Ele chegou a dizer em diversas ocasiões que não se vacinaria e que a vacinação não deveria ser obrigatória. Em um episódio polêmico, o ex-presidente chegou a afirmar em uma entrevista que a vacina poderia transformar as pessoas em jacaré, causando revolta e preocupação entre a população.
A vacina da Janssen contra a Covid-19, desenvolvida pela Johnson & Johnson, é aplicada em dose única e possui eficácia comprovada em estudos clínicos. Ela é uma das vacinas autorizadas para uso emergencial no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O movimento antivacina, alimentado por informações falsas e teorias conspiratórias, é um problema global que coloca em risco a saúde pública e o combate à pandemia. Especialistas alertam para a importância da vacinação em massa como a principal estratégia para controlar a disseminação do vírus e salvar vidas.
Sobre o sigilo na carteira de vacinação de Bolsonaro e polêmica sobre a vacina contra covid
Durante o governo de Jair Bolsonaro, foram utilizados diversos sigilos para proteger informações de interesse público, gerando críticas e questionamentos sobre a transparência e a ética da conduta do governo. Entre os sigilos mais polêmicos estavam o sigilo fiscal, o sigilo bancário e o sigilo de dados.
No que diz respeito à carteira de vacinação de Bolsonaro, foi divulgado que o ex-presidente recebeu uma dose da vacina contra a Covid-19 da Janssen em 19 de julho de 2021, segundo informações da CNN. No entanto, informações sobre a vacinação, incluindo a data e o local da vacinação, foram mantidas em sigilo na caderneta de vacinação do ex-presidente.
Essa medida gerou críticas e questionamentos sobre a transparência e a ética da conduta de Bolsonaro, especialmente considerando sua postura contrária à vacinação.
A decisão de incluir o sigilo na carteira de vacinação foi justificada pelo Ministério da Saúde como uma medida para preservar a privacidade e o sigilo médico do ex-presidente.
No entanto, especialistas em saúde pública apontam que a transparência e a clareza nas informações sobre a vacinação são fundamentais para promover a adesão da população à campanha de imunização, especialmente em um contexto de pandemia. O sigilo médico e a privacidade são importantes, mas não devem ser usados para esconder informações de interesse público.
Polêmicas envolvendo Jair Bolsonaro e a compra das vacinas contra covid-19
Durante a pandemia da Covid-19, o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, protagonizou diversas polêmicas em relação à vacinação, incluindo uma controvérsia envolvendo a vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Bolsonaro era um crítico vocal da vacina chinesa e sua militâncka chegou a apelidá-la de "vachina", em uma tentativa de desacreditá-la e incitar a desconfiança da população em relação à sua eficácia e segurança. Essa postura do ex-presidente gerou críticas por parte de especialistas em saúde pública, que alertavam para os riscos de promover a desinformação em um contexto de pandemia.
No entanto, o Instituto Butantan seguiu adiante com os estudos clínicos da CoronaVac e obteve resultados promissores em termos de eficácia e segurança da vacina. Mesmo assim, Bolsonaro continuou a desacreditá-la e atrasou o processo de aquisição da vacina pelo Ministério da Saúde.
Além da polêmica envolvendo a CoronaVac, o governo Bolsonaro também foi criticado pela demora na aquisição de outras vacinas contra a Covid-19, como a vacina da Pfizer-BioNTech, que já estava disponível em outros países desde o final de 2020. O governo brasileiro só firmou acordo para a compra da vacina em março de 2021, o que gerou críticas por parte da oposição e de especialistas em saúde pública.
Essa demora na aquisição de vacinas contribuiu para o agravamento da crise sanitária no Brasil, que se tornou um dos epicentros mundiais da pandemia em 2021, com milhares de mortes diárias e uma taxa de contágio elevada. A polêmica em torno da vacinação no governo Bolsonaro gerou críticas e questionamentos sobre a eficácia e a transparência da gestão da pandemia pelo governo brasileiro.
"Não queremos a vacina, nós temos a cloroquina"
Durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, houve uma parcela da população que se recusou a tomar a vacina e preferiu apostar em medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina e a ivermectina, em uma atitude que desafiava as evidências científicas e colocava em risco a própria saúde.
Essa postura foi incentivada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que se colocou como um crítico ferrenho das medidas de prevenção, como o distanciamento social e o uso de máscaras, e promoveu a desinformação em relação à eficácia das vacinas e dos medicamentos, como a cloroquina.
Bolsonaro chegou a incentivar o uso do medicamento sem comprovação científica em diversas ocasiões, mesmo quando os estudos mostravam que ele não tinha eficácia comprovada contra a Covid-19. Isso levou a um clima de polarização e desconfiança em relação à ciência e às autoridades de saúde, o que contribuiu para a recusa à vacina.