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- Categoria: Coronavírus | covid-19
- By Fábio Reis
Fatos falsos (fake news) e verdades sobre a vacina contra covid-19
Butantan esclarece sobre mentiras (fake news) e fatos verdadeiras sobre as vacinas
Confira alguns fatos e mentiras sobre as vacinas contra covid-19, que foram publicadas e checadas por especialistas do Instituto Butantan:
É VERDADE: Crianças a partir dos seis meses devem ser vacinadas contra a Covid.
Os imunizantes contra a doença são comprovadamente seguros e eficazes em crianças e bebês, e protegem os pequenos contra doença grave e sequelas. A Anvisa autorizou a vacinação contra a Covid-19 a partir dos seis meses de idade em setembro de 2022.
A CoronaVac pode ser aplicada em crianças a partir dos 3 anos. Já a vacina Pfizer Baby pode ser aplicada em bebês a partir de 6 meses de idade.
É FALSO (FAKE NEWS): Criador das vacinas de mRNA diz que elas não são seguras.
O médico americano Robert Malone não é o responsável pelo desenvolvimento desse tipo de imunizante. Além disso, todas as vacinas contra Covid-19 autorizadas para uso na população são, comprovadamente, seguras e eficazes. Um vídeo que circula nas redes mostra o médico durante um discurso para um grupo antivacina, com legendas falsas que afirmam que as vacinas não funcionam.
É FALSO (FAKE NEWS): Cientista italiano que investigava grafeno nas vacinas de Covid morreu de forma suspeita.
Domenico Biscardi é um suposto cientista italiano que publicou vários vídeos com informações falsas sobre vacinas. Segundo o jornal italiano La Stampa, ele já se passou por médico, tentou vender tratamentos falsos contra câncer e chegou a ser preso por associação criminosa em 2005. Notícias falsas dizem que ele tinha “provas definitivas” contra os imunizantes e que morreu repentinamente.
É FALSO (FAKE NEWS): Diretor da OMS ainda não foi vacinado contra a Covid-19.
Tedros Adhanon tomou a vacina em 12 de maio de 2021, em Genebra, na Suíça, conforme mostra foto divulgada por ele em sua conta no Twitter. A mensagem falsa que circula nas redes foi uma fala cortada e tirada de contexto, na qual Tedros afirma que, embora tivesse oportunidade de tomar a vacina em dezembro de 2020, optou por vacinar-se apenas em maio de 2021, ao mesmo tempo que os profissionais de saúde da Etiópia, seu país de origem. Foi uma forma de protesto contra a desigualdade global na distribuição de vacinas.
É FALSO (FAKE NEWS): Mortes de três médicos de hospital canadense têm relação com vacina contra a Covid-19.
Os profissionais da saúde do Trillium Health Hospital citados no boato morreram em decorrência de outras doenças e não por terem recebido a quarta dose da vacina. Os óbitos não têm relação alguma com o imunizante, conforme informou o hospital em suas redes sociais oficiais. Dois dos médicos estavam com câncer e o terceiro estava gravemente doente.
É FALSO (FAKE NEWS): OMS estima que vacinas reduzirão a população mundial em 15%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não publicou nenhuma análise com tal conclusão. A entidade ressalta frequentemente, assim como outras instituições da comunidade científica, que as vacinas contra a Covid-19 são comprovadamente seguras e benéficas. O primeiro imunizante foi criado no século XVIII e, desde então, a imunização tem salvado milhares de vidas contra diversas doenças.
É FALSO (FAKE NEWS): Lesão de jogador de tênis foi causada por vacinação.
Durante uma partida em março de 2022, o tenista Rafael Nadal sentiu falta de ar. Alguns usuários das redes sociais associaram esse fato à vacinação do atleta contra a Covid-19. Isso é mentira: não existe qualquer relação entre vacinas de SARS-CoV-2 e falta de ar. O próprio Nadal publicou em suas redes sociais que foi examinado por sua equipe médica, e que a falta de ar se deveu a uma fissura no terceiro arco costal esquerdo causada por estresse do tenista.
#FATO Vacina do SARS-CoV-2 foi produzida rapidamente porque já havia um imunizante contra o vírus SARS-CoV em estudo.
Há cerca de dez anos, a China enfrentou o surto de um vírus da família dos coronavírus, o SARS-CoV. Como esse vírus não era tão infeccioso, o surto não se espalhou e foi controlado com medidas de segurança. Mas antes do surto acabar, cientistas chineses começaram a desenvolver uma vacina contra o SARS-CoV. O estudo foi interrompido quando a doença foi controlada, pois o imunizante já não era mais necessário. Quando o SARS-CoV-2 começou a se propagar em dezembro de 2019, os pesquisadores retomaram as antigas pesquisas do ponto onde pararam, já que os vírus eram da mesma família, e não precisaram começar do zero. Esse é um dos motivos porque a CoronaVac, produzida pelo Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac, foi desenvolvida em tempo recorde.
É FALSO (FAKE NEWS): Vacina é igual antibiótico: se tomada em excesso, pode tornar o vírus mais resistente.
A vacina age na prevenção de uma doença, ou seja, induz o organismo a produzir anticorpos para que ele possa reconhecer o patógeno futuramente e combatê-lo com mais eficácia. Os antibióticos, ao contrário, são usados no tratamento de uma doença, depois que a pessoa já está infectada. A imunização não torna o corpo menos resistente ao vírus, como insinua o boato que vem circulando em aplicativos de mensagens. Vale lembrar que, sim, o uso excessivo e sem prescrição médica de antibióticos pode acelerar a resistência do corpo ao microrganismo, mas isso não acontece de forma alguma com as vacinas.
É VERDADE: Vacina não impede a circulação do vírus, mas protege de casos graves e mortes pela doença.
A vacinação é o melhor método de combater o vírus SARS-CoV-2, mas não impede que ele circule na população. Isso porque, mesmo imunizado, ainda é possível se contaminar e contaminar outras pessoas. O que a vacina faz é ajudar o organismo a enfrentar o vírus, porque o sistema imunológico estará preparado para ele. O vírus está sempre procurando um hospedeiro desprotegido, especialmente uma população sem a proteção de vacinas. Em um cenário em que a maioria da população está vacinada, os casos mais graves e mortes de uma doença se concentram nas pessoas não imunizadas.
É FALSO (FAKE NEWS): Ômicron foi inventada para justificar efeitos colaterais das vacinas.
O vídeo que circula nas redes sociais afirmando isso é mentira. Os vírus têm a característica de sofrerem mutações para se adaptar ao ambiente em que vivem. Geralmente isso acontece para que eles consigam continuar se replicando quando encontram dificuldades para infectar organismos protegidos. A ômicron é uma variante natural do vírus SARS-CoV-2, que possui mais de 50 mutações em relação à cepa original, e causa nas pessoas doentes sintomas semelhantes aos das demais variantes da Covid-19. Já os efeitos adversos causados pelas vacinas são bem diferentes. A maioria dos relatos relacionados à CoronaVac, por exemplo, são dor no local da aplicação da injeção, febre baixa ou cansaço passageiro.
É FALSO (FAKE NEWS): Hospitalizações de crianças quadruplicaram em Nova York em decorrência da vacinação.
Esta publicação que circulou no final de 2021 é falsa. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos desmentiu a afirmação, alegando que, à época, nenhuma criança de cinco a 11 anos internada havia completado o esquema vacinal com duas doses. O órgão também ressaltou que metade das crianças internadas tinham menos de cinco anos e, portanto, não podiam ser imunizadas. O aumento nas hospitalizações de crianças na cidade norte-americana se deveu ao avanço da variante ômicron e ocorreu em todas as faixas etárias, principalmente entre não vacinados.
É VERDADE: Idosos apresentam resposta imunológica à vacinação menos potente.
Pessoas idosas passam por um fenômeno biológico chamado imunossenescência - uma característica que se relaciona aos processos naturais do sistema imunológico, e não à efetividade da vacina em si. Por isso, essa população responde menos à produção de anticorpos em relação aos mais jovens. Além disso, fatores individuais do organismo e a presença de comorbidades também devem ser levados em consideração. Os estudos clínicos e de efetividade mostram que nenhum imunizante apresenta proteção completa contra a infecção por SARS-CoV-2, mas que todos protegem contra as formas graves e mortes pela doença. A CoronaVac, vacina do Butantan, já se mostrou altamente eficaz na prevenção de óbitos e casos graves de Covid-19, inclusive em idosos.