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- Categoria: Carreira Farmacêutica
Empreendedor farmacêutico supera a poliomielite e funda empresa que fatura 70 milhões
Barbosa Ferraz é uma cidade paranaense com pouco mais 12 mil habitantes, a cerca de 450 quilômetros ao norte de Curitiba. Foi ali que nasceu Evandro Tokarski há mais de seis décadas – época em que o local ainda não havia se emancipado à município. Tokarski é o sexto filho de uma família de onze irmãos. Quando tinha dois anos e nove meses de idade, ele foi infectado pelo poliovírus e desenvolveu poliomielite (paralisia infantil).
A obstinação da família, no entanto, o incentivou a se dedicar aos estudos. Para cursar o primário, ele percorria diariamente oito quilômetros a cavalo, entre ir e voltar da escola. A determinação o levou à faculdade e à carreira de farmacêutico. “Meus pais tinham o primário incompleto e sonhavam em ver todos os filhos formados, o que conseguiram”, conta. “Resolvi fazer esse curso depois de estagiar na farmácia de manipulação do meu irmão”.
Trabalhar com saúde, no entanto, já estava nos planos do paranaense. Como precisou passar por várias cirurgias ortopédicas de correção devido à doença, Tokarski se sentia compelido a fazer algo que pudesse levar bem-estar às pessoas. Em 1981, após terminar a graduação, montou a primeira unidade da Farmácia Artesanal em Goiânia – a família havia se mudado para o Centro-Oeste quando ele ainda era criança.
“Naquela época, havia pouco conhecimento sobre o remédio manipulado, mas os resultados eram extraordinários para o paciente”, conta. Acreditando no negócio, investiu na farmácia e aprimorou sua técnica e o conhecimento sobre gestão financeira. Deu certo. Em três anos, abriu a segunda das 22 unidades próprias que a Farmácia Artesanal mantém hoje pelo país. O grupo possui ainda outras 25 franqueadas.
Como faltava mão-de-obra e investimento para expandir, Tokarski decidiu partir para o sistema de franquias no final de 2013. Mas decidiu que desenvolveria um método próprio. “Os franqueados recebem treinamento in loco e realizamos auditorias periódicas para comprovar se nosso padrão de qualidade está sendo cumprido”, comenta.
O grupo trabalha ainda com conversão de marca, em que o proprietário continua sendo o dono do negócio, mas usa a marca da farmácia. Segundo Tokarski , há casos em que as unidades conseguiram dobrar o faturamento em apenas um ano de parceria. Esse tipo de plano de negócio já foi implementado em 45 pontos espalhados pelo país.
Atualmente, os custos para abrir uma unidade da Farmácia Artesanal giram em torno dos R$ 430 mil. O retorno do investimento acontece a partir de 28 meses e o faturamento médio do franqueado fica entre R$ 50 mil e R$ 200 mil. “Nossa meta é alcançar as 50 unidades franqueadas nos próximos dois anos”, conta Tokarski. Em 2017, a rede faturou R$ 70 milhões.
Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grande Negócios