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- Categoria: Estudo e Pesquisa
- By Fábio Reis
Estudo aponta que brasileiros abusam do uso de ansiolíticos e demonstram sinais de dependência
A PROTESTE realizou uma pesquisa sobre hábitos de consumo de ansiolíticos, antidepressivos e hipnóticos, com pessoas de cinco países, para analisar o uso destes medicamentos.
E o resultado revelou que a epidemia dos Rivotris, Valiums, Prozacs e afins em nosso país é até mais grave do que nos demais pesquisados: Bélgica, Itália, Espanha e Portugal.
Os brasileiros demonstraram um uso crônico significativamente mais alto, principalmente de antidepressivos. O uso destes medicamentos está associado a indivíduos com estilo de vida pouco saudável, definido por aqueles que sofrem de insônia, são fumantes, sedentários, estressados e portadores de transtornos de ansiedade ou depressão.
Veja abaixo os índices que apontaram que os brasileiros iniciam o consumo mais cedo:
- - 45% dos entrevistados brasileiros já fizeram uso desses medicamentos e também declararam ter consumido mais de todas as categorias de medicamentos no último ano.
- - 36% dos brasileiros começaram a tomá-los antes dos 26 anos, percentual mais alto entre as nacionalidades ouvidas.
- - Mulheres na faixa etária entre 55 e 74 anos e com escolaridade baixa são mais propensas a consumir, ao longo da vida, esses psicotrópicos, cujo uso idealmente não deveria exceder quatro semanas e 50% dos participantes admitiram consumi-los por mais de um ano.
- - 47% das pessoas usam ansiolíticos juntamente com antidepressivos, os principais motivos que levam a ingerir esses medicamentos são problemas de insônia e acontecimentos traumáticos, como morte de parente, divórcio ou desemprego.
- - 9% dos participantes admitiram adquirir os medicamentos por meio de parentes ou amigos.
- Boa parte dos usuários, sob acompanhamento médico, relatou não ter recebido qualquer orientação ou advertência sobre os riscos de dependência, seus efeitos colaterais e o perigo em associá-los ao álcool.
- - 35% dos brasileiros apresentam sinais de dependência de ansiolíticos e hipnóticos
- - 45% disseram se sentir mais seguros se tiverem o remédio à mão e uma parte significativa afirmou ficar nervosa com sua falta. Não bastasse, um quarto dos usuários aumenta suas doses para manter a sua eficácia.
Os dados de nossa pesquisa, contrários ao estereótipo do brasileiro despreocupado e tranquilo, evidenciam que o uso irresponsável e o abuso dessas medicações já são uma realidade em nossa sociedade.