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- Categoria: Estudo e Pesquisa
- By Fábio Reis
Autoridades de saúde dos EUA confirmam microcefalia causada por Zika
Autoridades de saúde dos Estados Unidos concluíram que a infecção do Zika vírus em gestantes é uma causa da microcefalia em recém-nascidos e de outras graves anomalias cerebrais em bebês.
“Está claro agora, o CDC concluiu, que o vírus Zika causa, sim, a microcefalia”, disse Tom Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o CDC, numa teleconferência com jornalistas nesta quarta-feira. “Não há qualquer dúvida de que o Zika causa a microcefalia.”
Autoridades de saúde norte-americanas e mundiais têm afirmado há algum tempo que crescente evidência científica indica que o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti é a provável causa do aumento alarmante da microcefalia nas áreas atingidas pelo Zika no Brasil. Ele não havia sido declarado como a causa definitiva até agora.
Nunca antes a picada de um mosquito foi vista como a causa de problemas em recém-nascidos, afirmou Frieden.
O anúncio se dá num momento crítico para o governo de Barack Obama, que tenta conseguir no Congresso recursos para combater o vírus, que já afeta Porto Rico e, segundo as expectativas, deve atingir partes dos EUA com a chegada do clima mais quente.
O fim da dúvida sobre a causa dos problemas com recém-nascidos pode ajudar a incentivar esforços mais intensos para desenvolver diagnósticos e vacinas específicas.
O CDC afirmou acreditar que a microcefalia, a má-formação cerebral de recém-nascidos, é provavelmente parte de uma série de problemas em bebês causados pelo Zika. O órgão também disse que os casos de microcefalia que ele avaliou no Brasil são uma forma particularmente grave, com danos cerebrais devastadores.
O Brasil já confirmou mais de 1.100 casos de microcefalia e considera que a maior parte deles está relacionada com a infecção do Zika nas mães. O país investiga mais de 3.800 casos adicionais.
As novas conclusões se dão depois que todos os critérios científicos necessários foram cumpridos para o anúncio oficial, declarou o CDC.
"As informações estão lá. A evidência está lá. As informações que temos agora nos faz confiantes”, disse Sonja Rasmussen, diretora do CDC para informação de saúde pública e autora de um artigo para o New England Journal of Medicine mostrando a evidência.
Agora que a relação causal está sendo estabelecida, diversas perguntas importantes ainda precisam ser respondidas por estudos que podem levar anos, declarou Frieden.
Entre as respostas que são buscadas estão a porcentagem de bebês nascidos de mães infectadas que sofrem os danos de nascimento, e se a gestante infectada que não apresentou sintoma do vírus representa um perigo para o bebê.
Fonte: Thomson Reuters