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- Categoria: Estudo e Pesquisa
- By fabio
Descoberto o príncipio químico que permite desenvolver vacinas sintéticas para diversas doenças
A revista "Chemical Reviews", publicou um estudo fruto de mais de 30 anos de pesquisa, que fornece a base para o desenvolvimento de novas vacinas sintéticas.
"Foram 33 anos de trabalho!", Disse ao New Espanha o pesquisador colombiano Manuel Elkin Patarroyo em Bogotá.
Manuel Patarroyo é o responsável pela pesquisa que em 1994, descobriu a primeira vacina contra a malária,hoje lidera a equipe de desenvolvimento da Fundação Instituto de Imunologia da Colômbia (FIDIC).
Patarroyo achou os princípios químicos que permitirá criar vacinas sintéticas para prevenir diversas enfermidades infecciosas.
Manuel disse a rede EFE que "Encontramos um conjunto de regras de princípios que quando se aplicam permitem produzir vacinas contra distintas enfermidades. Desta maneira podemos cobrir as 560 enfermidades que existem"
Entre as 560 enfermidades podemos citar hepatite C, tuberculose, HPV, lepra, dengue entre outras. Doenças que causam a cerca de 60 milhões de mortes por ano.
O Principio achado por Patarroyo
Partindo da malária os pesquisadores identificaram as proteínas que o parasita usa para se ligar as células que irá infectar. Dividindo as proteínas em fragmentos foi possível decifrar a estrutura química.
Através desse estudo dos fragmentos os pesquisados trabalharam em criar proteínas sintéticas idênticas ao que os agentes infecciosos usam para infectar as células humanas.
Através das moléculas sintéticas foi possível alcançar uma resposta imunológica de 90%.
A descoberta das bases químicas e estruturais que vão produzir vacinas sintéticas para prevenir 500 doenças infecciosas mais de 500. A aprovação científica foi dada através da publicação da descoberta na revista "Chemical Reviews", dedicado ao campo interdisciplinar da química.
Qual foi o progresso? Patarroyo mesmo explica: "É um conceito e método. O conceito é que, com o objetivo de desenvolver vacinas devemos reconhecer os fragmentos que os micróbios usam para se agarrar e invadir as células. Esses fragmentos são invisíveis para o sistema de defesa. Alterando um a um, os átomos dos fragmentos até encontrarmos os átomos que deve ser mudado para tornar esses fragmentos visíveis para o sistema imunológico. O método é através da síntese química destes fragmentos, que podem modificá-los. Com esta descoberta vai além da natureza dos micróbios, pois seus átomos são alterados de acordo com as necessidades do corpo através de um processo padronizado, algo que não pode ser feito com vacinas biológicas. "
Há um terceiro, acrescentou o pesquisador, que é a análise dos fragmentos. "Não são publicados 90, mas temos quase 200 e, quando analisados, verificamos que havia características de ambos os fragmentos das mudanças e isso é o que pode ser aplicado", diz ele.
O teste foi apresentado através de um modelo prático, uma nova vacina contra a malária em macacos, conseguiu uma eficácia de 90 por cento.
Patarroyo comanda uma equipe que é composta por cerca de 120 pessoas.
"Meu pai sempre dizia que quando há clareza de pensamento e pureza de intenções, o sucesso sempre vem", diz ele.
Sobre Manuel Elkin Patarroyo
O Cientista colombiano formou se em 1970 pela Universidad Nacional de Colombia e um ano depois ganhou seu doutorado em medicina e cirurgia.
Desde pequeno Patarroyo sentia admiração por Luis Pasteur, imunologia e virologia, de modo que sua carreira foi direcionada para a pesquisa em várias instituições nacionais e estrangeiras, em particular os americanos e suecos.
Na Universidade Nacional fundou o Instituto de Imunologia, San Juan de Dios Hospital, que tem pesquisa avançada sobre o lúpus, marcadores genéticos, leucemia, susceptibilidade genética à febre reumática, tuberculose e hanseníase.
Em 1983, sua equipe começou a trabalhar para buscar uma vacina para a malária fazendo grandes avanços:Obtendo em 1984 uma vacina sintética (FPS 66), que foi refinada e sempre tem mostrado bons resultados. Em um ato de generosidade Patarroyo doou à vacina em nome da Colômbia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio de 1993. A vacina foi aprovada pela agência em 1995.
Entre os prêmios e reconhecimentos que recebeu incluem o de investigador doutorado honoris causa pela Universidade Nacional, Tolima e Barranquilla Metropolitana Leon Bernard Prémio atribuído pela OMS como um compromisso acadêmico da Academia Real de Ciências Exatas, Físicas e Natural de Madrid, e entre as decorações, o Cavaleiro da Ordem de San Carlos e Simon Bolívar, ambos da Colômbia.
Mais informações
O Artigo de Patarroyo pode ser encontrado através do website http://pubs.acs.org/journal/chreay, título Structural and Immunological Principles Leading to Chemically Synthesized, Multiantigenic, Multistage, Minimal Subunit-Based Vaccine Development, escrito por Manuel Elkin Patarroyo, Adriana Bermdez, and Manuel Alfonso Patarroyo. Publicado em 25 de março de 2011.
Fonte: O Artigo foi baseado na notícia do Jornal Espanhol LNE e na reportagem televisiva da EFE Latina.