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- Categoria: Mercado Farmacêutico
- By Fábio Reis
Roche investe em pesquisas clínicas para doenças oculares
De olho no futuro, Roche acredita que mais pode e deve ser feito para salvar a visão e investe na jornada das doenças oculares. Apenas nos últimos dois anos, R$8 milhões foram investidos e quatro pesquisas clínicas estão em andamento no país; controle das doenças da retina ainda é um desafio para médicos e pacientes
O Mês Mundial da Retina traz a importância de discutir a saúde ocular e a necessidade de investimentos na área de oftalmologia. Com o aumento da expectativa de vida, mais brasileiros estão chegando aos 60 anos com mais qualidade de vida, no entanto, viver mais significa também conviver por mais tempo com doenças relacionadas ao envelhecimento, tanto aquelas preexistentes quanto as que surgem com o avançar da idade. Segundo projeção do IBGE, em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos, e o "Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros" (ELSI - Brasil 2019=2021) revela que sete em cada dez idosos têm pelo menos uma doença crônica.
Entre essas doenças, podemos destacar a Degeneração Macular Relacionada à Idade neovascular ou úmida (DMRIn), uma condição oftalmológica que afeta a população mais idosa e pode levar potencialmente à cegueira. Com esse cenário em mente, desde 2018, a Roche direcionou R$41,5 milhões para pesquisas clínicas focadas em doenças como a DMRI e também o Edema Macular Diabético, condição ocular relacionada ao diabetes que, por sua vez, é a maior causa de cegueira no Brasil e no mundo. Essas duas doenças podem ser administradas por meio de injeções intravítreas. O padrão-ouro atual de cuidado envolve o uso de uma classe de medicamentos conhecidos como antiangiogênicos, e os portadores dessas doenças não contavam com inovações medicamentosas relevantes há mais de 10 anos.
Nos últimos dois anos, R$8 milhões foram destinados ao avanço em pesquisas oftalmológicas no Brasil, com estudos clínicos conduzidos em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. Esses investimentos não se limitam aos cuidados básicos, mas também consideram as necessidades não atendidas dos pacientes.
"Buscamos alternativas que facilitem o engajamento dos pacientes. Estamos comprometidos em avançar com pesquisas que não apenas tragam novas opções, mas que também reduzam o fardo do tratamento e amplie a adesão dos cuidados pelos pacientes. Ao oferecer para esse paciente um espaçamento maior das injeções intravítreas, por exemplo, há a melhora em sua qualidade de vida, ampliando o controle da doença e reduzindo falhas na jornada de cuidado", explica Rogério Mauad, Gerente Executivo de Estratégia Médica da oftalmologia.
Uma pesquisa da Retina Brasil destaca que mais de 40% dos pacientes com DMRI úmida tratados com injeções intravítreas em algum momento não mantiveram o tratamento, citando desconforto, dor, irritação, e dificuldades logísticas. Esses achados reforçam a necessidade de estratégias eficazes para melhorar o comprometimento dos pacientes com o tratamento adequado. Outras pesquisas também reforçam a necessidade de repensar a frequência do tratamento: 64% dos que recebem injeções com antiangiogênicos desejam reduzir a frequência de aplicações e o número de consultas, enquanto 54% dos pacientes europeus relatam ansiedade até dois dias antes de cada injeção. Esses dados apontam para uma barreira crucial entre médicos e pacientes no engajamento com o tratamento.
"Além das inovações, nosso trabalho também é de educação continuada com médicos oftalmologistas e retinólogos. É parte do nosso papel, juntamente com eles, empoderar a sociedade sobre os novos caminhos para o melhor controle da doença e engajamento dos pacientes com seu plano de tratamento", complementa.
Com o propósito de antecipar e desenvolver soluções cada vez mais completas, a Roche conta hoje com inovações, além de um pipeline robusto de mais de 14 projetos de desenvolvimentos clínicos e 9 moléculas ou produtos distintos. Atualmente, quatro estudos estão em andamento no Brasil, envolvendo 25 pacientes. Entre eles, destacam-se o estudo do Meerkat (anti-IL6) e os estudos de extensão Portal e Avonelle-X, focados em condições oftalmológicas relacionadas à retina. Estes esforços fazem parte de uma estratégia mais ampla para enfrentar os desafios das doenças oculares e oferecer soluções terapêuticas inovadoras, melhorando o controle dessas doenças.
Sobre a DMRI e o EMD
Com o envelhecimento da população, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) torna-se cada vez mais prevalente. A doença afeta a área central da retina e é a principal causa de cegueira irreversível em indivíduos com mais de 50 anos nos países desenvolvidos, segundo o Ministério da Saúde. Em pesquisa recente realizada pela Retina Brasil, 81% dos pacientes com DMRI compartilharam as barreiras que enfrentaram para obter o diagnóstico, incluindo a demora para procurar um médico (59%), falta de acesso a especialistas (17%) e medo do diagnóstico (7%). Questões financeiras, dificuldades para marcar consultas e a falta de acompanhantes também foram mencionadas pelos entrevistados. Além disso, os pacientes também revelaram que saíram deprimidos com o diagnóstico (41%) e notaram mudanças na vida social (57%), além de relatarem também dificuldade na leitura e outros hobbies (43%), além da perda da autonomia (45%).
A diabetes é a maior causa de cegueira no Brasil e no mundo e doenças como o Edema Macular Diabético afetam cerca de 450 mil pessoas no nosso país. Estudos internacionais mostram que pacientes com EMD utilizam significativamente mais recursos de saúde, aumentando em 30% os custos totais de tratamento em comparação com pacientes diabéticos sem EMD. A perda de produtividade devido à deficiência visual resulta em um alto ônus econômico, tanto para os pacientes quanto para seus cuidadores.