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- Categoria: Mercado Farmacêutico
- By Fábio Reis
Mercado bilionário de terapias para obesidade faz disparar procura por agulhas para canetas emagrecedoras

Opção mais fina disponível no mundo foi apresentada em São Paulo, na principal feira da indústria farmacêutica (imagem: EF Captura)
O mercado global de terapias para obesidade vive um verdadeiro “rush do ouro”, como destacou o jornal britânico The Times. E os números confirmam: segundo bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley, o setor pode movimentar entre US$ 77 e US$ 100 bilhões por ano até 2030.
O Brasil tem papel cada vez mais relevante nesse cenário. O uso das chamadas “canetas emagrecedoras” cresceu cerca de 60% entre 2023 e 2024, impulsionado tanto por prescrições médicas quanto por divulgações nas redes sociais. Essas últimas, vale o alerta, podem representar riscos à saúde quando desacompanhadas de orientação profissional.
Mas, além de grande consumidor, o país se prepara para entrar na lista de fabricantes desses medicamentos. A EMS, maior laboratório farmacêutico nacional, anunciou para agosto de 2025 o lançamento das primeiras canetas produzidas com tecnologia própria.
Esse crescimento tem reflexo direto na cadeia de insumos. Segundo Patrícia Guimarães, gerente de vendas regional LATAM da Terumo, indústria japonesa de instrumentos médicos, a demanda por agulhas para canetas disparou. Participando da FCE Pharma, principal feira da indústria farmacêutica da América Latina realizada na última semana, ela revela que, há alguns anos, os clientes iam ao estande atrás de soluções para administrar preenchedores de ácido hialurônico. Hoje, toda a procura gira em torno dessas agulhas.
A marca expôs no evento o modelo de agulha para canetas mais fino disponível no mercado mundial. “Essa opção é 22% mais fina que a menor agulha que existe atualmente. Isso significa que a dor é mínima nas aplicações”, explica Patrícia.
Além desse produto, a companhia apresentou outra grande novidade: a primeira agulha intravítria, feita exclusivamente para uso em injeções aplicadas diretamente nos olhos. “Não existia nada com essa indicação. Tudo usado até então era de forma off-label, adaptada”, reforça a gerente de vendas.