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- By Fábio Reis
Sobre a Varíola dos Macacos - monkeypox
Saiba o que é a Varíola dos macacos (Monkeypox) em um resumo completo com base em informações da OMS e agênciais oficiais de saúde.
A Varíola dos macacos (Monkeypox) é uma zoonose viral (um vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave.
Com a erradicação da varíola em 1980 e a subsequente cessação da vacinação contra a varíola, a varíola dos macacos emergiu como o ortopoxvírus mais importante para a saúde pública.
A varíola dos macacos ocorre principalmente na África central e ocidental, muitas vezes nas proximidades de florestas tropicais, e tem aparecido cada vez mais em áreas urbanas. Os hospedeiros animais incluem uma variedade de roedores e primatas não humanos.
Fatos importantes sobre a varíola dos macacos, segundo a OMS:
1 - As vacinas usadas durante o programa de erradicação da varíola também forneceram proteção contra a varíola. Foram desenvolvidas vacinas mais recentes, das quais uma foi aprovada para a prevenção da varíola dos macacos.
2 - Varíola dos macacos (Monkeypox) é causada pelo vírus monkeypox, um membro do gênero Orthopoxvirus da família Poxviridae.
3 - Varíola dos macacos (Monkeypox) é geralmente uma doença autolimitada com os sintomas que duram de 2 a 4 semanas. Casos graves podem ocorrer. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%.
4 - Varíola dos macacos (Monkeypox) é transmitido aos seres humanos através do contato próximo com uma pessoa ou animal infectado, ou com material contaminado com o vírus.
5- O vírus da varíola dos macacos (Monkeypox) é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
6 - Varíola dos macacos (Monkeypox) é uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África central e ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões.
7- Um agente antiviral desenvolvido para o tratamento da varíola, o medicamento tecovirimat, também foi licenciado para o tratamento da varíola dos macacos.
8 - A apresentação clínica da varíola se assemelha à da varíola, uma infecção relacionada ao ortopoxvírus que foi declarada erradicada mundialmente em 1980. A varíola é menos contagiosa do que a varíola e causa doenças menos graves.
9 - Varíola dos macacos (Monkeypox) geralmente se apresenta clinicamente com febre, erupção cutânea e linfonodos inchados e pode levar a uma série de complicações médicas.
Segundo a OPAS o vírus causador da varíola dos macacos são do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os Vaccínia, a partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.
Há duas cepas geneticamente distintas do vírus da varíola dos macacos: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental. As infecções humanas com a cepa da África Ocidental parecem causar doença menos grave em comparação com a cepa da bacia do Congo.
Sintomas da Varíola dos macacos (Monkeypox)
O período de incubação da Varíola dos macacos (Monkeypox), intervalo desde a infecção até o início dos sintomas, é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. A infecção pode ser dividida em dois períodos:
1) O período de invasão (dura entre 0 a 5 dias) caracterizado por febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dores musculares) e astenia intensa (falta de energia). A linfadenopatia é uma característica distintiva da varíola do macaco em comparação com outras doenças que inicialmente podem parecer semelhantes (varicela, sarampo, varíola).
2) A erupção cutânea geralmente começa dentro de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre. A erupção tende a ser mais concentrada na face e extremidades do que no tronco. Afeta a face (em 95% dos casos), palmas das mãos e plantas dos pés (em 75% dos casos). Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos), genitália (30%) e conjuntiva (20%), bem como a córnea. A erupção evolui sequencialmente de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões firmes levemente elevadas), vesículas (lesões cheias de líquido claro), pústulas (lesões cheias de líquido amarelado) e crostas que secam e caem. O número de lesões varia de alguns a vários milhares. Em casos graves, as lesões podem coalescer até que grandes seções de pele se desprendem.
A OPAs ressalta que não há tratamentos específicos para varíola dos macacos. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento. A atenção clínica deve ser otimizada ao máximo para aliviar os sintomas, manejando as complicações e prevenindo as sequelas em longo prazo.É importante cuidar da erupção deixando-a secar, se possível, ou cobrindo-a com um curativo úmido para proteger a área, se necessário. Evite tocar em feridas na boca ou nos olhos. Enxaguantes bucais e colírios podem ser usados desde que os produtos que contenham cortisona sejam evitados. Um antiviral desenvolvido para tratar a varíola (tecovirimat, comercializado como TPOXX) também foi aprovado em janeiro de 2022.
Transmissão da Varíola dos macacos (Monkeypox)
Sobre a transmissão da varíola dos macacos a OPAS diz que é transmitida principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. A transmissão secundária ou de pessoa a pessoa pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias. Esta enfermidade também é transmitida por inoculação ou através da placenta (varíola dos macacos congênita). Não há evidência de que o vírus seja transmitido por via sexual.
Ações quanto a Varíola dos macacos (Monkeypox) no Brasil
A Anvisa publicou a Nota Técnica 03/2022, que orienta quanto às medidas de prevenção e mitigação da Monkeypox em hospitais, clínicas e demais serviços de saúde que prestem atendimento a casos suspeitos e confirmados da doença.
Os Pesquisadores do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) concluíram em 18 horas o sequenciamento quase completo do genoma do vírus isolado do primeiro paciente com varíola dos macacos (Monkeypox virus) no Brasil. Importante para ajudar a compreender suas mutações.
Recentemente,dias 9 e 10 de junho, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Ministério da Saúde e a Fiocruz a promoverem a primeira capacitação para diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos que contou com a participação de técnicos de institutos nacionais de saúde da Bolívia, Equador, Colômbia, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
No dia 3 de junho a Anvisa ressaltou que as medidas sanitárias já vigentes protegem o indivíduo e a coletividade, não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças, como a varíola do macaco.
Segundo a Anvisa, no momento, para prevenir a disseminação do vírus Monkeypox, orienta-se que as pessoas com quadros suspeitos fiquem em isolamento e evitem viajar até o desaparecimento das lesões na pele características da doença. Para o setor de Portos, Aeroportos e Fronteiras, a Anvisa elaborou a Nota Técnica nº 60/2022/COVIG/GGPAF/DIRE5, esclarecendo essas e outras medidas indicadas para prevenção e controle de casos de Monkeypox.