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- By Fábio Reis
Violência interrompe produção de medicamentos na Fiocruz
Instituição teve que dispensar trabalhadores após operação policial próxima a unidade de Farmanguinhos. Entenda como a violência impacta o setor farmacêutico no Rio de Janeiro. Caso foi registrado no dia 10 de fevereiro.
A violência no Rio de Janeiro mais uma vez atinge um setor vital para a saúde pública do país. No dia 10 de fevereiro, uma operação policial na comunidade da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, levou ao fechamento do laboratório do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz. Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar, um grupo de suspeitos em fuga teria invadido o laboratório da Fiocruz, obrigando a interrupção da produção de medicamentos.
A situação é ainda mais preocupante porque a Farmanguinhos é a unidade da Fiocruz que ocupa o papel de principal laboratório público fornecedor de medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolve pesquisas de alta tecnologia no campo farmacêutico. De acordo com o site de Farmanguinhos, o laboratório produz 33 fármacos, entre eles Cloroquina, Diazepam, remédios para o tratamento de tuberculose, anti-hipertensivo, antirretroviral e até Canabidiol.
Além disso, a violência é um problema crônico para a Fiocruz. Recentemente, a instituição foi vítima de outros casos de violência e insegurança. Em setembro do ano passado, por exemplo, a unidade de Manguinhos, também na Zona Norte, foi alvo de tiroteio, levando a uma interrupção temporária do trabalho. Durante várias vezes nos últimos anos a instituição foi alvo de problemas relacionados a segurança pública e sofreu com casos de bala perdida.
O problema da violência é ainda mais grave porque afeta diretamente o setor farmacêutico do Rio de Janeiro. Antes do Farmanguinhos, havia uma indústria farmacêutica que fechou as portas e saiu da região. A violência afasta empresas do setor e tira a empregabilidade no estado e na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, o estado já foi um dos maiores produtores de medicamentos do país, mas atualmente a produção farmacêutica no Rio é quase insignificante.
Diante desse cenário, é urgente que as autoridades tomem medidas para garantir a segurança dos trabalhadores da Fiocruz e da população em geral. Além disso, é preciso investir em políticas públicas para combater a violência e a criminalidade no estado, para que o setor farmacêutico possa se desenvolver e contribuir para a saúde pública do país. A produção de medicamentos é um serviço essencial, e a interrupção de sua produção pode ter graves consequências para a saúde da população.
Nota da Fiocruz:
Operação policial faz Fiocruz interromper produção de medicamentos
Em consequência de uma operação policial no entorno do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), em Jacarepaguá, uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar realizou buscas na fábrica de medicamentos no início da manhã desta sexta-feira (10/2). Diante da situação de insegurança, a Direção da unidade acionou o plano de contingência e dispensou os trabalhadores que mantém a fábrica funcionando ininterruptamente. A produção de medicamentos foi paralisada.
Não houve disparo de tiros e ninguém foi ferido ou preso no interior da unidade. A Presidência da Fiocruz e a Direção de Farmanguinhos entraram em contato com o governo do Estado do Rio de Janeiro, com o Comando da Polícia Militar e com a Polícia Federal para solucionar a questão. Ficou indicada para a próxima semana uma reunião com as autoridades envolvidas para tratar da situação crítica de insegurança na área, que tem provocado interrupções da produção e prejuízo à saúde dos trabalhadores.
Farmanguinhos é a unidade da Fiocruz que ocupa o papel de principal laboratório público fornecedor de medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolve pesquisas de alta tecnologia no campo farmacêutico. A Presidência da Fundação considera grave a situação atual de insegurança na região, que põe em risco a integridade física de seus trabalhadores e da comunidade local.