Farmacêutica Marcela: mais um vítima de feminicídio em pleno Dia Internacional da Mulher - Um triste reflexo da violência de gênero no Brasil

Nesta terça-feira (08/03), Dia Internacional da Mulher, mais um crime de feminicídio abalou o país. A farmacêutica Marcelle Christine de Bulhões, de 34 anos, foi morta a pedradas pelo ex-marido em plena via pública na cidade de Maceió, em Alagoas. Segundo relatos de testemunhas, a vítima foi vista discutindo com o ex-marido, Cícero Messias, por volta das 2h da madrugada. Ele a agrediu diversas vezes com pedras na cabeça. Marcelle foi socorrida por populares, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Geral do Estado (HGE).

A farmacêutica já havia relatado para amigos próximos que vinha sendo ameaçada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento. De acordo com a Polícia Militar, o ex-companheiro é o principal suspeito do crime e está foragido.

Marcelle era graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e atuava na Farmácia Escola da instituição. O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) emitiu uma nota de pesar pelo ocorrido e cobrou das autoridades competentes agilidade e rigor na punição dos responsáveis pelo crime.

Marcele tinha a mesma profissão da farmacêutica Maria da Penha, que também é farmacêutica, e ficou conhecida por ter sido vítima de violência doméstica e por sua luta na criação da Lei Maria da Penha, que visa proteger as mulheres da violência doméstica e familiar.

A farmacêutica é mais uma vítima da violência contra a mulher que assola o país.

Infelizmente, o crime contra a farmacêutica não foi um caso isolado, há pouco mais de um mês, Yasminny Couto Ribeiro, farmacêutica de apenas 28 anos, também foi assassinada a tiros pelo ex-namorado em Sumidouro, na Região Serrana do Rio de Janeiro em mais um crime de feminicídio.

A morte de Marcelle Bulhões choca os farmacêuticos do país, que representados pelo Conselho Federal de Farmácia e Conselhos Regionais de Farmácia iniciaram uma campanha de combate a violência contra mulher.

As autoridades competentes precisam tomar medidas efetivas para proteger as mulheres e prevenir a violência doméstica e o feminicídio.

É importante destacar que a violência contra as mulheres é uma questão social grave que precisa ser combatida. As farmacêuticas, assim como outras mulheres, têm direito à vida e à segurança, e é preciso que as autoridades tomem medidas para garantir esses direitos. O PFARMA se solidariza com a família e amigos de Marcele Bulhões e reitera seu compromisso com a luta pelos direitos das mulheres.

Nota de pesar do CRF/GO pelo assassinato da farmacêutica Marcelle Bulhões

É com muita indignação e tristeza que o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas recebeu a notícia da morte da farmacêutica, Marcelle Bulhões, vítima de assassinato, ocorrida na madrugada deste dia 08 de março no bairro do Village Campestre, em Maceió.

Manifestamos o nosso pesar e transmitimos nossos sinceros sentimentos à família e amigos e ao mesmo tempo cobramos das autoridades competentes agilidade e rigor na punição dos responsáveis por este crime hediondo.

No dia que deveríamos celebrar e apoiar a luta das nossas mulheres pelo direito à dignidade, choramos a perda de mais uma delas de forma covarde, bárbara e inexplicável. O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas decretou luto de 3 dias através da portaria 004/2023.