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- By Fábio Reis
Mario Molina: O Cientista Mexicano Que Mudou o Mundo
Mario Molina: o cientista que alertou o mundo sobre o buraco na camada de ozônio
Mario J. Molina foi um químico mexicano-americano que ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1995 por sua pesquisa sobre o efeito dos clorofluorocarbonos (CFCs) na camada de ozônio. Sua descoberta ajudou a conscientizar o mundo sobre os perigos da poluição atmosférica e a pressionar os governos a tomar medidas para proteger o meio ambiente. Neste artigo, vamos explorar a vida e o trabalho de Mario Molina, sua descoberta e seu legado duradouro.
Quem foi Mario Molina?
Mario José Molina nasceu em 19 de março de 1943, na Cidade do México. Seu pai era um renomado químico mexicano, e sua mãe era americana. Molina cresceu em uma família acadêmica e desde cedo mostrou interesse pela ciência. Ele estudou engenharia química na Universidade Nacional Autônoma do México e depois obteve um PhD em química na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Molina iniciou sua carreira acadêmica como professor assistente na Universidade da Califórnia, em Irvine, e depois se tornou professor de química na Universidade da Califórnia, em San Diego. Em 1982, ele foi convidado a trabalhar no Laboratório de Química Atmosférica do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde fez a descoberta que mudaria sua vida e a forma como o mundo encarava a poluição atmosférica.
A descoberta do buraco na camada de ozônio
No MIT, Molina e seu colega Sherwood Rowland começaram a estudar o efeito dos CFCs na atmosfera. Eles descobriram que os CFCs, usados em refrigeradores, aparelhos de ar condicionado, sprays de cabelo e outras aplicações, eram liberados na atmosfera e eventualmente alcançavam a camada de ozônio, uma camada de gás que protege a Terra dos raios ultravioleta nocivos do sol.
Os CFCs reagiam com a camada de ozônio, destruindo moléculas de ozônio e criando um buraco na camada. Isso significava que mais radiação ultravioleta poderia atingir a superfície da Terra, causando câncer de pele, danos às plantas e animais e outros efeitos nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Molina e Rowland publicaram seus resultados em um artigo científico em 1974, alertando o mundo para o perigo dos CFCs e do buraco na camada de ozônio. Sua pesquisa foi inicialmente recebida com ceticismo e resistência por parte da indústria e dos governos, mas com o tempo, mais evidências surgiram confirmando sua descoberta e a necessidade de ação para proteger a camada de ozônio.
Mario Molina e o Brasil
Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92, realizada no Rio de Janeiro, Molina apresentou um relatório que demonstrava a importância da preservação da camada de ozônio e da redução do uso de substâncias que contribuem para o seu esgotamento, como os clorofluorocarbonos (CFCs).
Esse relatório teve um papel importante nas discussões da conferência e contribuiu para a inclusão do Protocolo de Montreal, que estabeleceu metas para a redução do uso de CFCs e outras substâncias nocivas, na agenda da Rio-92.
O legado de Mario Molina
A pesquisa de Molina e Rowland levou à proibição global dos CFCs e outras substâncias que destroem a camada de ozônio. O Protocolo de Montreal, assinado em 1987 por 197 países estabeleceu metas para a redução do uso de CFCs e outras substâncias nocivas e é considerado um dos mais bem-sucedidos acordos ambientais internacionais.
Além de seu trabalho em química atmosférica, Molina também foi um defensor apaixonado do meio ambiente e da educação científica. Ele fundou o Centro Mario Molina para Estudos Estratégicos sobre Energia e Meio Ambiente, uma organização que busca promover o uso de energia limpa e sustentável na América Latina. Ele também foi professor e mentor de inúmeros estudantes de química e ciências ambientais.
Infelizmente, Molina faleceu em 2020, aos 73 anos, devido a problemas cardíacos. No entanto, seu legado continua vivo, e sua descoberta e ativismo ambiental inspiraram inúmeras pessoas em todo o mundo a agir em prol do meio ambiente.
Mario Molina e sua grande contribuição ao planeta
Mario Molina foi um cientista visionário cuja descoberta mudou a forma como o mundo encarava a poluição atmosférica e a proteção do meio ambiente. Sua pesquisa sobre o efeito dos CFCs na camada de ozônio levou à proibição global dessas substâncias e a um dos mais bem-sucedidos acordos ambientais internacionais, o Protocolo de Montreal. Além de sua contribuição científica, Molina também foi um defensor apaixonado do meio ambiente e da educação científica. Seu legado continua vivo e inspirando inúmeras pessoas em todo o mundo a lutar pela proteção do meio ambiente e pela sustentabilidade.
Prêmio Nobel concedido ao Mario Molina
Mario Molina foi agraciado com o Prêmio Nobel de Química em 1995, juntamente com Paul Crutzen e Sherwood Rowland, por suas contribuições na pesquisa sobre a química da atmosfera, especialmente no que se refere à degradação da camada de ozônio.
A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu em Estocolmo, na Suécia, no dia 10 de dezembro de 1995. Durante seu discurso de agradecimento, Molina destacou a importância da colaboração entre cientistas, governos e empresas para lidar com os desafios ambientais.
Ele afirmou: "O problema da camada de ozônio ilustra a importância de uma comunicação clara e direta entre cientistas, governos e setores industriais. Somente através do trabalho colaborativo é que podemos encontrar soluções efetivas para os problemas ambientais globais".
O prêmio Nobel de Química foi um marco importante na carreira de Mario Molina e na história da ciência latino-americana. Molina, que nasceu no México, tornou-se o primeiro latino-americano a receber o prêmio na área de ciências naturais e um dos poucos cientistas de origem latino-americana a receber o Nobel em qualquer área.
A premiação de Mario Molina é significativa porque destaca a importância da ciência e da pesquisa em países em desenvolvimento e reconhece o papel crucial que os cientistas latino-americanos têm desempenhado na compreensão e solução de problemas globais.
Além disso, o prêmio Nobel de Química concedido a Molina e seus colegas contribuiu para aumentar a conscientização sobre a importância da proteção da camada de ozônio e levou à adoção de medidas globais para reduzir a emissão de substâncias que prejudicam a camada de ozônio, como os clorofluorocarbonos (CFCs).
Hoje, 19 de Março de 2023, o Google Doodle homanegeia o 80º Aniversário de Mario Molina