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- By Fábio Reis
Painel Dengue: confira as vacinas, medicamentos, repelentes e testes
Confira abaixo o painel com informações sobre vacinas contra dengue, repelentes e inseticidas contra o mosquito da dengue, testes de diagnóstico para dengue e outras informações importantes.
Atenção: Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovados pela Anvisa para repelir o mosquito da Denque ou outros insetos.
- Confira os medicamentos que devem ser evitados em casos de Dengue, chikungunya e zika
Vacinas contra Dengue registradas na Anvisa
1. Vacina Qdenga contra Dengue
Laboratório: Takeda Pharma
Data de registro: 02/03/2023
Indicação: Crianças, jovens e adultos entre 4 e 60 anos de idade.
É aplicada em duas doses, com intervalo de três meses.
2. Vacina Dengvaxia
Laboratório: Sanofi Medley
Data de registro: 10/06/2019
Indicação: Pessoas que já pegaram dengue, com idade entre 6 e 45 anos de idade
É aplicada em 3 doses, com intervalos de 6 meses.
Informação adicional: A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan (Butantan-DV), tetravalente para proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), está em fase III de pesquisa clínica.
Testes para diagnósticos da dengue
Dentre os métodos diagnósticos disponíveis para detectar a doença, estão:
- testes de sorologia
- antígeno NS1
- RT-PCR
Cada método possui suas características e aplicações específicas:
Testes de sorologia para diagnóstico da Dengue: são amplamente utilizados e baseiam-se na detecção de anticorpos produzidos pelo sistema imunológico do paciente em resposta à infecção pelo vírus da dengue. Os anticorpos (IgM e IgG), podem ser detectados no sangue após alguns dias do início dos sintomas, sendo úteis para identificar se o paciente já teve contato com o vírus no passado. No entanto, é importante ressaltar que os testes de sorologia têm limitações na identificação dos quatro sorotipos da dengue, uma vez que os anticorpos produzidos podem ser semelhantes entre os diferentes sorotipos, dificultando a distinção entre infecções primárias e secundárias. Em geral, recomenda-se que os testes de anticorpos sejam realizados a partir do 6º dia do início dos sintomas.
Teste de antígeno NS1 para diagnóstico da Dengue: tem como alvo uma proteína específica do vírus da dengue, chamada NS1 (antígeno não estrutural 1). Esse teste é particularmente sensível durante os primeiros dias da infecção, quando o vírus está se replicando ativamente no organismo, permitindo um diagnóstico precoce da dengue. A proteína NS1 está presente nos 4 sorotipos da dengue e o teste deve ser realizado até o 5º dia do início dos sintomas.
Teste de RT-PCR para diagnóstico da Dengue (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real): é uma técnica molecular altamente sensível e específica que desempenha um papel crucial na diferenciação dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Ao detectar o material genético do vírus no sangue do paciente, o RT-PCR permite não apenas identificar a presença do vírus, mas também determinar qual dos quatro sorotipos está causando a infecção. Além disso, o RT-PCR é altamente sensível, sendo capaz de detectar o vírus mesmo em estágios muito iniciais da infecção, em alguns casos antes mesmo do surgimento dos sintomas clínicos. No entanto, é importante ressaltar que, apesar da alta sensibilidade e da possibilidade de diferenciação dos sorotipos virais, o RT-PCR pode enfrentar desafios na detecção de baixas cargas virais (quando não há muitos vírus presentes na amostra).
Ainda, há testes rápidos (imunocromatografia) tanto para anticorpos (IgG e IgM) quanto para antígeno NS1 para diagnóstico da dengue. Este tipo de teste pode ser realizado em serviços de saúde, como por exemplo, farmácias e laboratórios que estejam autorizados a realizar testagem. No entanto, é necessário lembrar que sendo a dengue uma doença de notificação compulsória no Brasil, todos os testes rápidos são de uso restrito a profissionais de saúde.
Consulte os testes de dengue autorizados pela Anvisa em https://consultas.anvisa.gov.br/#/saude/
Produtos repelentes contra o mosquito da Dengue
Os produtos para repelir o mosquito aedes podem ser enquadrados em duas categorias: repelentes para pele (cosméticos) e produtos para uso no ambiente (saneantes). Não há produtos de uso oral, como comprimidos ou vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito da dengue.
Repelentes contra o mosquito da Dengue - Cosméticos, uso tópico
Devem ser utilizados os repelentes contra dengue regularizados na Anvisa com as seguintes substâncias:
- DEET (N-N-dietilmetatoluamida)
- IR3535
- Icaridina
O produto deve ser aplicado nas partes expostas do corpo, conforme indicação do fabricante.
Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET ou Icaridina, no máximo 3 vezes ao dia.
Repelentes e Inseticidas contra o mosquito da Dengue -Saneantes
Os produtos mais utilizados no combate e/ou no controle da população do mosquito Aedes aegypti são:
Inseticidas contra mosquitos da dengue: indicados para matar os mosquitos adultos. São encontrados, principalmente, em spray e aerossol. Os inseticidas possuem substâncias ativas (que matam os mosquitos) e componentes complementares, como solubilizantes e conservantes;
Repelentes contra mosquitos da dengue: apenas afastam os mosquitos do ambiente. São encontrados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos. Como no caso dos inseticidas, substância ativa e componentes complementares precisam ser aprovados pela Anvisa.
Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser colocados em qualquer ambiente da casa desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas.
Os equipamentos que emitem vibrações, CO2 ou luz, plantas e sementes que funcionariam como atrativos para os mosquitos ou equipamentos com outras tecnologias não são considerados saneantes passíveis de regularização junto à Anvisa.
Os inseticidas chamados “naturais”, à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia. Ou seja, as velas, os odorizantes de ambientes, os limpadores e os incensos que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Agência.
O óleo de neem, que possui a substância azadiractina, é aprovado pela Anvisa para uso em inseticidas, mas o produto deve estar registrado.
Nota do Ministério da Saúde: ivermectina não é eficaz no combate à dengue
ivermectina, remédio antiparasitário, volta novamente a ganhar holofotes como possível solução para combater doenças, dessa vez, a dengue. A narrativa falsa foi divulgada em alguns perfis de profissionais da saúde, inclusive com repercussão na mídia, mas sem nenhum dado ou fonte que comprove a afirmação.
Para quem não lembra, o medicamento foi defendido na época da pandemia da covid-19 como parte de um tratamento precoce de combate à doença, porém sem nenhuma eficácia comprovada. Estudos rigorosos foram realizados ao redor do mundo e o resultado é claramente a ineficácia do medicamento no combate à covid-19.
Para ficar claro: a ivermectina também não é eficaz em diminuir a carga viral da dengue. O Ministério da Saúde não reconhece qualquer protocolo que inclua o remédio para o tratamento da doença.
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