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- Categoria: Coronavírus | covid-19
- By Fábio Reis
2.842 brasileiros perderam a vida para a covid-19 nas últimas 24 horas, é o pior dia da pandemia no Brasil (imagem por Carl de Souza/AFP)
Um dia muito triste para o Brasil. 2.842 brasileiros morreram de covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados consideram as informações do CONASS somado ao da Secretária de Saúde do Rio Grande do Sul que ainda não tinha divulgado os registro desta terça-feira.
O país também registrou 74.595 novos infectados nas últimas 24 horas e já acumula 11.609.601 pessoas impactadas pelo vírus. A média de novos casos dos últimos 7 dias é de 69 mil pessoas infectadas por dia.
Desde o início da pandemia 282.400 pessoas perderam a vida para o coronavírus no Brasil. Porém, este é o pior dia para o Brasil.
O pesquisador e neurocientista Miguel Nicolelis que foi coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste tinha alertado para o problema de que em março o Brasil poderia atingir a triste marca de 3 mil mortes causadas por covid-19 por dia.
Dados da pandemia pode ser piores
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz dizem que números divulgados são atrasados e não representam os dados reais da pandemia no país, a defasagem nos dados podem chegar a 47 dias.
Para o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica da Fiocruz, Diego Xavier, "Os dados de mortes não são atuais e a situação deve piorar nas próximas semanas. Alguns municípios ainda estão na virada de janeiro para fevereiro. Não pegaram ainda o período do Carnaval e seus efeitos de contágio. E também não incluem o momento atual, que tem a situação de colapso da rede de saúde de vários estados com lotação superior a 80% nas UTIs para Covid-19. Esses dados podem demorar, porque, quando o sistema de saúde entra em colapso, o sistema de notificação entra junto. Infelizmente, a expectativa é que o cenário ainda piore bastante", disse em entrevista a CNN Brasil.
Enquanto a pandemia recua no mundo o Brasil segue na contramão e registra uma tendência de crescimento sem perspectiva de queda no número de mortes e contágio por covid-19.
Pandemia está em estágio crítico em várias regiões do país
São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul bateram o maior número por covid-19 já registrados em apenas 24 horas.
O Rio Grande do Sul confirmou 502 óbitos, o que corresponde a 17% das mortes registradas, e registrou 9.767 novos casos. O estado completou 15 dias de lotação máxima nas UTIs.
Paraná registrou 310 óbitos nesta terça-feira, o estado possui 1300 pessoas esperando por um leito de covid-19, desses metade necessitam de vaga na UTI.
O Estado de São Paulo ultrapassou a marca de 600 mortes diárias e chegou a 679 mortes.O estado também registrou o maior número de pacientes internados por Covid-19 desde o início da pandemia. São 24.285 pessoas internadas, 10.507 em UTIs e 13.778 em enfermarias.
Hospitais particulares estão recorrendo ao SUS para conseguir vagas de UTIs na capital paulista, devido à lotação. Segundo o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, ao menos 30 vagas foram solicitadas ao SUS pela rede particular. O secretário falou à CNN que a ocupação de UTIs no estado deve ultrapassar os 90% no fim de semana.
O interior de São Paulo vive seu pior momento, segundo dados apurados pelo jornalista Leandro Gouveia, a região já está com 99,3% dos leitos/UTI ocupados. Sendo:
- Araçatuba: 96,9%
- Marília: 96,1%
- Pres. Prudente: 95,2%
- Barretos: 95,2%
- Rio Preto: 93,7%
- Ribeirão Preto: 93,2%
- Sorocaba: 92,8%
- Araraquara: 91,7%
- Piracicaba: 91,7%
- Grande SP: 90,6%
O Rio de Janeiro bateu recorde de pedidos de internação por Covid-19 e a fila de espera por uma vaga já chega a 232 pacientes. Esse é o maior número registrado desde o dia 22 de dezembro. O Jornal O Globo destacou, em reportagem nesta terça-feira, a opinião de especialistas que avaliam que as medidas atuais de de restrição no Rio de Janeiro é um caminho para um cenário de desastre nos próximos dias.
Já o estado de Minas Gerais decretou 'fase roxa'. O governador, Romeu Zema, afirma que o sistema de saúde de Minas Gerais está em colapso "Não temos outra alternativa a não ser colocarmos um teto no número de casos. A única maneira é a vacinação, que vai a passos lentos, ou o isolamento".
No Distrito Federal a taxa de ocupação de leitos públicos exclusivos para pacientes com Covid-19 subiu para 96% nesta última segunda-feira.
Dificuldades na imunização contra covid-19
Diversos locais registram paralização no serviço de vacinação contra covid-19 por falta de vacinas.
O Governo do Rio de Janeiro esperava receber 297 mil vacinas da Coronavac na segunda-feira, mas envio ainda não foi realizado. E o estado registrou confusão na campanha de vacinação em diversas cidades.
A cidade de Belford Roxo (RJ) assistiu uma cena triste na qual idosos ficaram mais de 16 horas na fila na tentativa de tomar a dose da vacina que possuem direito. A prefeitura decidiu suspender a vacinação na cidade depois da confusão.
Já em Duque de Caxias o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com mandado de segurança para obter dados sobre a vacinação em Duque de Caxias.
Por Fábio Reis
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