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- Categoria: Comunicados e Informes do Setor Farmacêutico
- By CRF/PR
Orientação aos farmacêuticos sobre uso de repelentes
CRF/PR publica orientação técnica sobre repelentes
Os repelentes tópicos de insetos são úteis na prevenção de picadas de mosquitos em geral, podendo fazer parte dos cuidados contra Dengue, Chikungunya e Zika.
O mecanismo de ação não é complemente entendido ainda, mas os repelentes não matam os insetos. Por serem voláteis, quando aplicados na pele ou na roupa, liberam vapores que tendem a afastar os insetos.
A seleção de um repelente específico deve ser baseada nos ativos do produto, na sua concentração e no tipo de exposição (incluindo o tempo estimado).
Ativo | Indicação | Observações |
DEET Concentração máxima de 10% |
Crianças entre 2-12 anos, com aplicação restrita a 3 vezes ao dia. O uso prolongado deve ser evitado. | Não devem ser usados em menores de 2 anos. |
DEET Concentração entre 10-40% |
Adultos em situação de rotina. |
Proporcionam efeito adequado e proteção suficiente. Considerados seguros se usados de forma apropriada, até mesmo para gestantes e lactantes. |
DEET Concentração > 50% |
Adultos com alta exposição a insetos por longos períodos e quando o calor intenso e alta umidade diminuem a adesão do produto. | Concentrações mais altas podem ser associadas com maior incidência de reações dermatológicas. |
IR 3535 | Pode ser usado em crianças acima de 6 meses, desde que as orientações de uso sejam seguidas. | Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, é reconhecidamente seguro para uso em cosméticos. |
Icaridina | Pode ser usado em crianças. As indicações da idade de uso descritas nos produtos devem ser respeitadas e as orientações de uso devem ser seguidas. | Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, é reconhecidamente seguro para uso em cosméticos. |
Legenda: DEET = dietiltoluamida; IR 3535 = etilbutilacetilaminopropionato.
Recomendações para o uso seguro de repelentes:
- Utilizar produtos regularizados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Todos os repelentes de uso tópico devem ser registrados como cosméticos (número de registro iniciando com o algarismo 2 e possuindo nove dígitos).
Os cosméticos repelentes regularizados podem ser consultados em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/cosmeticos/registrados/q/?nomeProduto=repelente |
- Ler e seguir todas as instruções e precauções descritas no rótulo.
- O produto só deve ser aplicado nas roupas se houver indicação expressa no rótulo.
- Aplicar nas áreas expostas do corpo, conforme a norma vigente sobre cosméticos, Resolução RDC nº 19/2013.
- Aplicar somente a quantidade suficiente para cobrir a pele exposta e/ou roupa. Evitar aplicar o produto em excesso, pois pode causar toxicidade sistêmica.
- Não aplicar o repelente por baixo da roupa. A oclusão da pele com o produto pode causar reações dermatológicas.
- Não aplicar em cima de feridas, cortes ou irritação na pele, pois pode causar bolhas e erupções cutâneas.
- Em crianças pequenas, não aplicar nas mãos ou próximo aos olhos e boca.
- Para aplicar no rosto ou em crianças, o ideal é aplicar primeiro na mão e depois espalhar no corpo.
- Aplicar primeiro o protetor solar e, em seguida, o repelente, nos casos em que é necessário o uso dos dois produtos.
- Após a aplicação, lavar as mãos com água e sabão.
- Em caso de contato com os olhos, é importante lavar imediatamente a área com água corrente.
- Ao retornar a locais fechados, lavar a pele tratada com água e sabão.
- Lavar a roupa tratada antes de usá-la novamente.
- A reaplicação deve ser realizada de acordo com indicação de cada fabricante.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Quais repelentes posso usar contra o mosquito da dengue? 09 fev. 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2024/quais-repelentes-posso-usar-contra-o-mosquito-da-dengue>. Acesso em 14 fev. 2024.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica nº 12/2023/SEI/COVIG/GGPAF/DIRE5/ANVISA. Manifestação técnica quanto ao alerta para arboviroses na região das Américas. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/portos-aeroportos-e-fronteiras/notas-tecnicas/nota-tecnica-12-2023/view>. Acesso em 09 fev. 2024.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Repelentes e inseticidas: Perguntas & Respostas. 04 nov. 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2016/repelentes-e-inseticidas-perguntas--respostas>. Acesso em 09 fev. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Repelentes. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aedes-aegypti/vigilancia-entomologica/repelentes>. Acesso em 07 fev. 2024.
BUFF, W.; FABEL, P.H. Insect bites and stings and pediculosis. In: KRINSKY, D.L. et al. Handbook of Nonprescription Drugs. An interactive approach to self-care. 18. ed. Washington, DC: American Pharmacists Association, 2015. p.667-684.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia Prático de Atualização. Repelentes e outras medidas protetoras contra insetos na infância. n.7, jun. 2020. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22479d-GPA_-_Repelentes_e_medidas_protet_insetos_na_inf.pdf>. Acesso em 15 fev. 2024.
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