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- By Fábio Reis
Medicamentos fora do balcão ? Veja algumas posições
No dia 27 de Julho a Anvisa publicou a Resolução RDC Nº 41 que permite que os medicamentos isentos de prescrição fiquem fora dos balcões ao alcance do consumidor.
A Medida gerou grande discussão, de um lado os profissionais de saúde e as entidades que representam eles desaprovaram a medida e enxergam nela um retrocesso, por outro lado os representantes das farmácias comemoraram para eles a medida de devolve a população o direito de escolha.
Veja abaixo as notas:
- Nota do CFF, CFM, FENAFAR e CRF-SC
- Nota da ABRAFARMA.
PROFISSIONAIS DA SAÚDE SÃO CONTRA A LIBERAÇÃO DOS MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO (MIPs) PARA FORA DO BALCÃO DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS
O anúncio, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da revogação da Instrução Normativa nº 10, permitindo a disposição dos medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) fora dos balcões de farmácias, causou indignação aos dirigentes de entidades representativas de profissionais da área da saúde, como o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar).
As entidades reiteram, de maneira veemente, seu posicionamento contrário à decisão da Anvisa, tendo em vista que:
1. Os dados apresentados pela Anvisa para fundamentar a proposta contida na Consulta Pública nº 27/2012 - que libera os MIPs para acesso por autosserviço nas farmácias e drogarias - são pouco consistentes, considerando o curto período de análise e a utilização de uma amostra não representativa da realidade;
2. O argumento de que não houve mudanças significativas nos registros de intoxicações do Ceatox – SP por esses medicamentos considerou apenas os dados do ano de 2010 em relação a 2009, quando havia MIPs fora do balcão. Tal argumento é insuficiente e inconsistente para uma análise mais apurada, pois a norma não havia sido totalmente implantada nos Estados pesquisados - inclusive em Minas Gerais e São Paulo -, que representam 42% da amostra;
3. A decisão de revogar a Instrução Normativa (IN) Anvisa nº 10, de 17 de agosto de 2009 – que dispõe sobre o tema em questão -,deveria ter sido ser respaldada em estudo mais aprofundado, em lapso de tempo maior e com amostra representativa, o que só é possível, após um período mais prolongado de vigência da norma;
4. Não é compreensível circunscrever as discussões apenas aos MIPs, uma vez que o uso racional de medicamentos, como um todo, por sua maior relevância e complexidade, deve ser sempre priorizado; e,
5. A decisão da Anvisa desconsidera que das 152 manifestações encaminhadas à Agência, por ocasião da Consulta Pública nº.27/2012, 71% (setenta e um por cento) foram contrárias à revogação da IN nº.10/2009.
A revogação da IN nº. 10/2009 pode, de acordo com as entidades de profissionais da saúde:
a) induzir à automedicação e ao uso irracional de medicamentos;
b) onerar o SUS com o aumento de internações hospitalares evitáveis;
c) aumentar o número de casos de intoxicações medicamentosas;
d) banalizar o consumo de medicamentos por meio de estratégias mercadológicas de ampliação de vendas;
e) construir, junto à opinião pública, a ideia de que os MIPs não fazem mal ou são inofensivos, e
f) cercear o direito do farmacêutico de prestar assistência farmacêutica em sua plenitude.
As entidades de profissionais da saúde, por fim, consideram que a decisão da Anvisa constitui um retrocesso, tendo em vista que vai de encontro às políticas governamentais de saúde do atual Governo, e, especialmente, ao Veto aposto pela Presidenta Dilma Vana Roussef ao artigo 8º da Medida Provisória (MP) nº.549-B/2011, que autorizava a venda de MIPs em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência.
Walter da Silva Jorge João
Presidente do Conselho Federal de Farmácia
Roberto Luiz d'Avila
Presidente do Conselho Federal de Medicina
Célia Chaves
Presidenta da Federação Nacional dos Farmacêuticos
Hortência Muller Tierling
Presidente do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina
ABAFARMA apoia a decisão da ANVISA
A Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico – ABAFARMA – manifesta o seu apoio à decisão da ANVISA sobre a volta dos medicamentos isentos de receita médica às gôndolas de farmácias e drogarias em todo o país, conforme RDC-41, do dia 26 de julho.
De acordo com a resolução, os remédios de venda livre devem ficar em área separada de outros produtos como cosméticos e dietéticos e devem ser organizados por princípio ativo para permitir a fácil identificação pelos consumidores.
Para a ABAFARMA, a resolução devolve à população o direito e a liberdade de escolha, diz Jorge Froes de Aguilar, diretor executivo da ABAFARMA.