Quando falamos sobre farmacêutico a primeira ideia que nos vem à cabeça são aqueles profissionais que trabalham nas farmácias. No entanto, todo o conhecimento aprendido na graduação e nas especializações pode ser utilizado em diversos ambientes, como por exemplo, hospitais.  

Com tantos medicamentos necessários na rotina de um paciente é imprescindível a presença de um farmacêutico especialista para auxiliar no processo e realizar o controle do fluxo de fármacos. A Lei n° 13.021 de 2014 tornou obrigatória a presença de um profissional habilitado durante todo o horário de funcionamento dos hospitais para garantir a segurança dos pacientes.

Um estudo publicado na revista Journal of Clinical Oncology comprovou que a presença de farmacêuticos em 70 unidades de saúde (hospitais e centros de câncer) reduziu a mortalidade de pacientes oncológicos internados. Estudos da área também ressaltam que os farmacêuticos têm papel significativo para a redução de infecções hospitalares. 

Atuação do farmacêutico hospitalar

De acordo com o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), "a Assistência Farmacêutica, no contexto hospitalar, engloba atividades relacionadas à logística, manipulação, controle de qualidade, atenção farmacêutica e farmácia clínica. Sem contar que existem atividades que requerem interação com outros setores do hospital".

Graziela Bauptista Moreno, Coordenadora de Farmácia, do Hospital Nipo-Brasileiro, relata que após a determinação do medicamento por parte do médico, "o profissional da farmácia avalia tecnicamente a prescrição, considerando as dosagens, apresentação comercial, diluição,  tempo de infusão, aprazamento, entre outros aspectos, para garantir a segurança do paciente e o sucesso da terapia medicamentosa prescrita". Além disso, o farmacêutico:  

• Otimiza a logística dos medicamentos e dos estoques, garantindo custo-benefício;

• Garante armazenamento, distribuição e transporte adequados;

• Realiza a análise técnica das prescrições médicas com olhar cuidadoso;

• Realiza a reconciliação medicamentosa e avalia os medicamentos trazidos pelos pacientes internados;

• Acompanha resultados de exames;

• Faz o acompanhamento farmacoterapêutico, avaliando possíveis alergias e incompatibilidades;

• Garante o uso seguro dos medicamentos e a qualidade aos pacientes;

• Manipula os suplementos e componentes para que sejam personalizados e adequados para cada caso;

• Realiza as intervenções farmacêuticas junto à equipe médica, durante o tratamento, conforme a necessidade de cada paciente;

• Apoia na prevenção de erros de medicação, possíveis reações adversas e interações medicamentosas;

• Orienta a alta hospitalar para educar o paciente em relação aos medicamentos prescritos esclarecendo as dúvidas e fornecendo mais segurança na hora de aderir ao tratamento;

• Promove ensino e pesquisa sobre os medicamentos.

Uma equipe multidisciplinar atuando ativamente dentro de hospitais aumenta a eficácia e a garantia da segurança na assistência. "O farmacêutico se tornou essencial para os hospitais, mesmo que muitas vezes ele esteja invisível aos olhos dos pacientes. O especialista participa diariamente das visitas clínicas, compõe a comissão de farmácia terapêutica e é parte integrante dos times assistenciais, por exemplo, o time de tromboembolismo venoso (TEV) e o time de sepse. Os farmacêuticos são parte integrante da equipe multiprofissional, facilitando a relação e garantindo os processos ideais para uso dos medicamentos de maneira segura e eficaz".