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Categoria: Estudo e Pesquisa
By FAPESP
FAPESP
15.Abr

Própolis vermelha demonstra atividade antiparasitária contra esquistossomose

abelha

Em estudos realizados in vitro e em camundongos, extrato natural foi mais eficiente que o único medicamento hoje disponível para o combate à verminose.

 

 

Velha conhecida pelos poderes bactericidas e antifúngicos, a própolis vermelha também se mostrou um agente antiparasitário potente capaz de reduzir o número de ovos e matar os vermes causadores da esquistossomose.

Em experimentos realizados na Universidade Guarulhos, com apoio da FAPESP, 400 mg/kg do extrato foram suficientes para reduzir mais de 60% da carga parasitária em camundongos infectados com o verme Schistosoma mansoni. A ação foi observada tanto em vermes na fase adulta quanto na imatura (vermes jovens). Os testes em cultura mostraram ainda os efeitos da própolis vermelha em inviabilizar o acasalamento e a produção dos ovos do verme.

“As própolis, em especial a vermelha, já têm ação muito conhecida contra bactérias e fungos. Elas têm a função de proteger a colmeia de intrusos e já era esperado que algumas de suas mais de 20 substâncias atuassem contra agentes infecciosos parasitários. O que nos surpreendeu foi ela atravessar o tegumento do verme e matar tanto vermes adultos quanto imaturos, algo que o tratamento convencional da esquistossomose não faz”, afirma Josué de Moraes, professor da Universidade Guarulhos e autor do artigo publicado no Journal of Ethnopharmacology.

Com isso, os resultados obtidos com a própolis vermelha sugerem que o produto natural possa ser mais eficiente para o tratamento da doença que o único medicamento existente. Vale lembrar que, para que a própolis vermelha seja receitada contra a esquistossomose, será necessária a realização de testes em humanos com a verminose.

 

Super-helmintos

A esquistossomose é a principal doença parasitária por helmintos e atinge por ano cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. A despeito de sua abrangência, um único medicamento tem sido indicado para o tratamento da esquistossomose há cerca de 40 anos.

“Embora efetivo, o praziquantel tem limitações importantes. Diferente do que foi observado no estudo com a própolis vermelha, o medicamento não combate a infecção precoce, causada pelos vermes jovens. Ele tem efeito apenas em vermes adultos, o que exige que o paciente espere o ciclo de crescimento do verme até o estágio adulto (infecção crônica) para iniciar o tratamento”, afirma.

Outra limitação do praziquantel está na resistência de alguns vermes a ele. Com cerca de 40 anos no mercado e sem nenhum tratamento alternativo, já foram isolados e identificados vermes com suscetibilidade reduzida ao medicamento.

O projeto de pesquisa coordenado por Moraes no Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Universidade Guarulhos busca o reposicionamento de fármacos no tratamento da esquistossomose.

“Por ser uma doença negligenciada relacionada à pobreza e falta de saneamento básico, estudos de reposicionamento de fármaco se tornam a via única para a descoberta de novos tratamentos para doenças negligenciadas, como a esquistossomose. O reposicionamento de fármaco tende a ser um processo mais rápido e barato que o desenvolvimento de novos fármacos”, diz Moraes.

Ao longo do projeto de pesquisa, o grupo testou 73 anti-inflamatórios não esteroidais comercializados no Brasil e em outros países. De todos os medicamentos testados, cinco apresentaram eficiência no tratamento da infecção, sendo o ácido mefenâmico (medicamento para cólicas menstruais) o que apresentou resultados mais promissores até agora (leia mais em: https://agencia.fapesp.br/31232/).

Em outro artigo, publicado este ano na, Trends in Parasitology, Moraes fez uma comparação com a aprovação de novos medicamentos pela agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA).

“De todos os 604 medicamentos aprovados pela FDA no século 21 – entre novas drogas e reposicionamento de fármacos –, apenas nove são antiparasitários, sendo que apenas dois deles são anti-helmínticos. Costumo dizer que as verminoses estão entre as mais negligenciadas entre as doenças negligenciadas”, afirma.

 

Mas por que a própolis vermelha?

Moraes explica que a opção por estudar os efeitos da própolis vermelha nesse projeto se deu pelo fato de o produto natural ter sido bem caracterizado no presente artigo e em estudos anteriores pelos pesquisadores Severino M. Alencar, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, e Bruno Bueno-Silva, do Departamento de Odontologia da Universidade Guarulhos. Ambos são colaboradores do Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Universidade Guarulhos.

“A própolis vermelha brasileira vem chamando a atenção nos últimos anos por seu potencial farmacológico e também pela ação antimicrobiana e anti-inflamatória. Nossa pesquisa não investigou o mecanismo da própolis vermelha no esquistossomo. O trabalho avaliou, por microscopia eletrônica de varredura, a ação do extrato da própolis vermelha de uma maneira indireta. Analisamos, por exemplo, se esse produto natural, que é composto por diversas substâncias, conseguia atravessar o tegumento do parasito, aumentando assim o potencial de atingir um ou mais alvos, que não identificamos, e assim matar o verme”, diz.

Moraes afirma que o mais provável é que as própolis verde e marrom também apresentem algum efeito sobre a esquistossomose, mas que serão necessários estudos específicos com os outros dois produtos naturais.

A descoberta pode ter ainda aplicação em outras verminoses. “O esquistossomo é modelo para o estudo de infecções (em humanos e animais) causadas por outros tipos de vermes do grupo dos platelmintos, chamados de vermes chatos, como as tênias. A descoberta, portanto, abre uma oportunidade para novos estudos sobre o tratamento de outras doenças que acometem humanos, cães e gatos, e que também são tratadas com o praziquantel”, diz.

O artigo Brazilian red propolis exhibits antiparasitic properties in vitro and reduces worm burden and egg production in an mouse model harboring either early or chronic Schistosoma mansoni infection (doi: 10.1016/j.jep.2020.113387), de Marcos P. Silva, Thiago M. Silva, Ana C. Mengarda, Maria C. Salvadori, Fernanda S. Teixeira, Severino M. Alencar, Givelton C. Luz Filho, Bruno Bueno-Silva, Josué de Moraes, pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874120332724 

O artigo FDA-Approved Antiparasitic Drugs in the 21st Century: A Success for Helminthiasis? (doi: 10.1016/j.pt.2020.04.005), de Josué de Moraes e Timothy G. Geary, pode ser lido em www.cell.com/trends/parasitology/fulltext/S1471-4922(20)30102-1 

 

Texto por Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

 

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