- Detalhes
- Categoria: Estudo e Pesquisa
- By CFF
Estudo revela risco do uso da hidroxicloroquina em associação com medicamentos para Alzheimer
Farmacêutico Gustavo Alves alerta para os riscos do uso da hidroxicloroquina para pacientes em tratamento do Alzheimer
Recentemente uma pesquisa brasileira mostrou os possíveis riscos do uso da hidroxicloroquina para pacientes em tratamento do Alzheimer. O farmacêutico Gustavo Alves publicou artigo sobre o assunto no jornal da Associação sobre Alzheimer e Demência, principal revista científica sobre o tema do mundo.
O trabalho, que também foi apresentado em evento internacional de relevância na área, foi elaborado durante o período inicial da pandemia da Covid-19. “Resolvi investigar sobre hidroxicloriquina tendo em vista a grande quantidade de idosos que usaram esse medicamento, ainda que sem eficácia comprovada. Essa questão sozinha já se tornou um grande risco, mas se falarmos das possíveis interações medicamentosas entre hidroxicloriquina e medicamentos específicos para Alzheimer, esse risco acabava sendo potencializado”, destacou Gustavo Alves.
O farmacêutico reforça a falta de comprovação científica do uso da hidroxicloroquina para o tratamento preventivo do SARS-CoV-2. Para aqueles que insistem no uso do medicamento, Gustavo ressalta os riscos para pacientes que seguem tratamento voltado ao controle do Alzheimer, com uso, por exemplo, dos medicamentos chamados de inibidores de esterase, como o donepezil, a galantamina e a rivastigmina. “A rivastigmina, ocasionalmente, pode causar a diminuição da frequência cardíaca. Combiná-la a medicamentos, como a hidroxicloroquina, pode aumentar esse risco. Portanto, essa associação apresenta muitos riscos. É preciso ajustar as doses e isso pode gerar um agravamento por ser um idoso, que apresenta maior suscetibilidade”, argumentou o farmacêutico.
Gustavo Alves é doutor em Biotecnologia e Inovação em Saúde, professor da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e coordenador do grupo de Cuidado Farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). Com 16 anos de estudos na área, é responsável pelo estudo sobre o diagnóstico precoce de Alzheimer por meio da saliva.
Ouça a matéria completa na Rádio News Farma.
Fonte: Comunicação do CFF