- Detalhes
- Categoria: Saúde
- By Fiocruz
Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde ampliará produção nacional de vacinas e biofármacos
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) foi criado em 1976 para fortalecer a produção de vacinas e atender prioritariamente às demandas de saúde pública, especialmente do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (MS). Posteriormente, outras linhas de produtos foram incluídas no portfólio, como os biofármacos e kits para diagnóstico, aumentando o protagonismo da unidade nos programas de saúde do Estado.
Com o aumento da população, inclusão de novos produtos na carteira, surgimento de novas tecnologias na indústria farmacêutica e aumento na demanda pelo MS, Bio-Manguinhos investe continuamente na sua cadeia de inovação, desenvolvimento tecnológico e na produção de imunobiológicos. E justamente para aumentar a capacidade produtiva, e também o acesso da população a medicamentos de alta qualidade, o Instituto vem ampliando sua infraestrutura. O Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), que está sendo construído num terreno de 580 mil m2 no Distrito Industrial de Santa Cruz, na zona Oeste do Rio de Janeiro, é a maior prova disso. Com custo total estimado em R$ 3,4 bilhões, é hoje o projeto do Ministério da Saúde de maior porte financeiro.
O empreendimento possibilitará quadruplicar a capacidade de processamento final de vacinas e biofármacos. Isso significa ampliar significativamente o fornecimento de produtos vitais e de alta qualidade ao sistema público de saúde, garantindo a manutenção dos programas do governo federal. Além de abastecer o mercado interno, será possível suprir as necessidades de órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Unicef. Atualmente, apenas a produção excedente é exportada, devido à priorização do mercado nacional e pela limitação produtiva das instalações atuais, no campus de Manguinhos da Fiocruz. Com a nova planta, as exportações poderão ser ampliadas, contribuindo para diminuir o déficit na balança comercial de vacinas do país.
“As vantagens desse projeto vão muito além em termos de benefícios para o país. O Brasil poderá ser mais competitivo no setor de biotecnologia, aproveitando a moderna infraes¬trutura que teremos à disposição, a partir da inauguração do Complexo. Parcerias para o desenvolvimento tecnológico também poderão ser alavancadas, permitindo absorver novas tecnologias. Além disso, o projeto do empreendimento é flexível e prevê expansões futuras”, explica o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.
O empreendimento pretende ser o maior centro de processamento de produtos biotecnológicos da América Latina, com 334 mil m2 de área construída. Para isso, além de toda a tecnologia de ponta empregada, serão erguidos prédios de armazenamento de produto acabado, de rotulagem e embalagem, de garantia e controle da qualidade, de administração, central de utilidades e unidades de apoio. “Com essas novas instalações e equipamentos, teremos maior segurança operacional e menor custo de produção”, explica o gerente do projeto, Artur Roberto Couto. “Teremos condições também de aumentar a competitividade do Brasil no setor de biotecnologia, e com isso o governo reduzir a importação”, avalia o gerente.
Atualmente, o terreno está recebendo os blocos e cintas das primeiras edificações. Esta será a última etapa com aporte financeiro do governo. Isso porque haverá uma licitação pública para investidores, o que viabilizará o término das obras. “O projeto tem viabilidade econômica, sustentada pela sua própria estrutura de negócios. Iremos adotar a modalidade built to suit para financiar a construção. Por esse modelo, o financiamento poderá ser privado (ou misto), pago na forma de aluguel durante um determinado tempo”, explica Couto.
A previsão é que as operações comecem em 2023. A partir de então, uma nova parte da história de Bio-Manguinhos será escrita, o que significará maior quantidade fornecida de produtos; fornecimento de outros novos, possibilidade de exportação (ou aumento dessa quantidade); e incorporação de novas tecnologias tecnologia em suas diferentes fases. O Cibs vai muito além da construção de um empreendimento moderno. É a materialização do futuro.
Por: Rodrigo Costa Pereira (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
Foto: Bio-Manguinhos