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- Categoria: Saúde
- By CRF/PR
CRF/PR orienta farmacêuticos sobre aumento dos casos de Coqueluche
ORIENTAÇÃO AO FARMACÊUTICO: ALERTA GLOBAL DE AUMENTO DE CASOS DE COQUELUCHE
Uma Nota Técnica publicada pelo Ministério da Saúde em junho alertou sobre a ocorrência de surtos de coqueluche em países da Europa e da Ásia.
Na União Europeia, os 25.130 casos de 2023 já foram superados pelos 32.037 registros do primeiro trimestre de 2024. Na China, até fevereiro foram 32.380 casos e 13 mortes.
Situação semelhante pode ocorrer no Brasil em pouco tempo, uma vez que o país vem acumulando suscetíveis desde 2016 devido a queda nas coberturas vacinais em menores de um ano e lacunas na vigilância e no diagnóstico da doença.
Coqueluche
É uma infecção respiratória transmissível, causada pela bactéria Bordetella pertussis.
A transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
Os sintomas iniciais podem ser leves e semelhantes aos de um resfriado, com mal-estar, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa.
A tosse pode passar de leve e seca a severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração ou provocar vômito ou cansaço.
Em crianças, especialmente nas menores de seis meses, podem ocorrer complicações graves como pneumonia, parada cardíaca, convulsão e morte.
Menores de um ano são os mais vulneráveis a coqueluche
A coqueluche ainda representa um importante problema de saúde pública.
O grupo mais vulnerável ao adoecimento e mortalidade é o dos menores de um ano de idade.
A maior parte dos casos e óbitos se concentra nos menores de 6 meses, que ainda não completaram o esquema vacinal primário.
Mesmo tendo sido vacinado quando bebê, o adulto pode ficar suscetível à doença com o passar do tempo.
O tratamento é feito com antibióticos.
A doença é de notificação compulsória.
Prevenção da Coqueluche
A principal forma de prevenção é a vacinação de crianças menores de um ano, gestantes, puérperas e profissionais da saúde.
Prevenção da Coqueluche para Crianças: três doses, aos 2, 4 e 6 meses de vida da vacina pentavalente, seguida dos reforços com a vacina DTP (Difteria, Tétano e Pertussis). Os imunizantes devem ser administrados a partir dos dois meses de vida, até a idade de 6 anos, 11 meses e 29 dias.
Prevenção da Coqueluche Gestantes (para imunização passiva do recém-nascido pela passagem de anticorpos via placentária): uma dose da vacina dTpa (Difteria, Tétano e Pertussis, acelular) tipo adulto, a cada gestação, a partir da 20ª semana. Para as que não se vacinaram na gestação, uma dose de dTpa no puerpério, o mais precocemente possível, até 45 dias pós-parto.
Prevenção da Coqueluche Profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da saúde (que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos): em 2019, a indicação de uso da vacina dTpa foi ampliada para este grupo, como complemento do esquema vacinal para difteria e tétano (vacina dT), ou como reforço (a cada 10 anos ou cinco anos em caso de ferimentos graves), para os que têm esquema vacinal completo para difteria e tétano (composto por três doses).
Informações do Calendário Nacional de Vacinação
Vacina | Proteção contra | Número de doses | Idade recomendada |
(DTP/HB/Hib) (Pentavalente) |
Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus influenzae B e Hepatite B |
Esquema básico: 3 doses; reforço: 2 reforços com a vacina DTP. |
1ª dose: 2 meses 2ª dose: 4 meses 3ª dose: 6 meses |
Difteria, Tétano e Pertussis (DTP) |
Difteria, Tétano e Coqueluche |
Esquema básico: 3 doses (considerar doses anteriores); reforço: 2 reforços. |
1º reforço: 15 meses 2º reforço: 4 anos de idade |
Difteria, Tétano, Pertussis (dTpa – acelular) |
Difteria, Tétano e Coqueluche |
Esquema básico: uma dose; reforço: uma dose a cada gestação. | Gestantes a partir da 20ª semana e puérperas até 45 dias |
Difteria, Tétano, Pertussis (dTpa – acelular) |
Difteria, Tétano e Coqueluche |
Esquema básico: uma dose; reforço: uma dose a cada 10 anos. | A partir dos 18 anos |
*azul=Criança; laranja=Gestante; verde=Adulto e Idoso.
Vacinação ampliada
Com o objetivo de reduzir o risco potencial de transmissão da coqueluche a gestantes e menores de um ano, o Programa Nacional de Imunizações está ampliando a indicação de uso da vacina dTpa tipo adulto, em caráter excepcional, para:
a) Trabalhadores da Saúde que atuam nos serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com o atendimento em:
- Ginecologia e Obstetrícia;
- Parto e Pós-parto imediato, incluindo as Casas de Parto;
- Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) neonatal convencional, UCI Canguru etc;
- Berçários (baixo, médio e alto risco); e
b) Profissionais que atuam como Doula, acompanhando a gestante durante o período de gravidez, parto e período pós-parto;
c) Trabalhadores que atuam em berçários e creches, com atendimento de crianças até quatro anos de idade.
Referências
- Ministério da Saúde. Calendário técnico nacional de vacinação do adulto e do idoso. Disponível em: <www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario-tecnico/calendario-tecnico-nacional-de-vacinacao-do-adulto-e-do-idoso/view>. Acesso em 11 jul. 2024.
- Ministério da Saúde. Calendário técnico nacional de vacinação da criança. Disponível em: <www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario-tecnico/calendario-tecnico-nacional-de-vacinacao-da-crianca/view>. Acesso em 11 jul. 2024.
- Ministério da Saúde. Calendário técnico nacional de vacinação da gestante. Disponível em: <www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario-tecnico/calendario-tecnico-nacional-de-vacinacao-da-gestante/view>. Acesso em 11 jul. 2024.
- Ministério da Saúde. Coqueluche. Disponível em: <www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/coqueluche>. Acesso em 10 jul. 2024.
- Ministério da Saúde. Nota Técnica Conjunta no 70/2024-DPNI/SVSA/MS. Alerta sobre o aumento global de casos de coqueluche. Disponível em: <www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2024/nota-tecnica-conjunta-no-70-2024-dpni-svsa-ms.pdf>. Acesso em 10 jul. 2024.
Fonte: CRF/PR