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- Categoria: Saúde
- By Fábio Reis
Especialista da Organon orienta sobre o melhor momento para cada método.
A chegada de um bebê traz muitas mudanças para a vida da mulher, e uma das dúvidas comuns nesse período é sobre quando retomar o uso de contraceptivos. O corpo ainda está se recuperando do parto, e a escolha do método deve considerar fatores como amamentação, tipo de parto e possíveis riscos à saúde. Segundo Tiago Almeida, diretor associado de Assuntos Médicos da Organon, é fundamental que as mulheres recebam informações claras e seguras sobre o momento certo para iniciar cada método.
"No pós-parto, o corpo da mulher está passando por diversas mudanças hormonais e físicas, por isso é essencial escolher um contraceptivo adequado a essa fase. Além de garantir mais segurança, a contracepção nesse período previne uma nova gravidez não planejada, permitindo que a mulher se recupere e se dedique ao bebê. É importante que o método escolhido seja seguro para quem amamenta e que não aumente riscos, como o de trombose", explica.
O especialista alerta que os dispositivos intrauterinos (DIUs), tanto hormonais quanto não hormonais, devem ser inseridos apenas seis semanas após o parto, quando o útero já tiver voltado ao tamanho normal. Já o implante subdérmico de etonogestrel pode ser utilizado a partir da quarta semana para mulheres que estão amamentando e, para aquelas que não estão, entre o 21º e o 28º dia após o parto. No caso das pílulas anticoncepcionais, as que contêm apenas progesterona podem ser iniciadas nesse mesmo período, enquanto os contraceptivos orais combinados, que possuem estrogênio e progesterona, devem ser usados com cautela, pois podem aumentar o risco de trombose nas primeiras semanas após o parto.
De acordo com Tiago, a escolha do método também pode variar conforme o tipo de parto. "Sabemos, por exemplo, que o DIU inserido após um parto normal tem uma taxa de expulsão maior, chegando a 24% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Já em mulheres que passaram por cesárea, essa taxa varia de 3% a 12%. Por isso, essa decisão precisa ser discutida com um profissional de saúde para garantir mais segurança e eficácia", orienta.
Além da eficácia na prevenção da gravidez, cada método possui vantagens e desafios que devem ser considerados. "A principal preocupação da mulher no pós-parto é cuidar do bebê, então o contraceptivo deve ser prático e não interferir nesse momento. O implante subdérmico, por exemplo, tem a vantagem de não apresentar risco de expulsão uterina, diferentemente do DIU, e não depender da lembrança diária de tomada, como a pílula, já que o risco de esquecimento é maior. No entanto, pode causar alguns efeitos adversos, como acne e enxaqueca, que são comuns a diversos métodos contraceptivos, e devem ser considerados na escolha", destaca o especialista.
O mais importante, segundo o médico, é que a mulher tenha acesso a informações seguras e confiáveis para tomar uma decisão consciente sobre sua saúde reprodutiva. "O pós-parto é um período de adaptação e muitas mudanças. Escolher um método contraceptivo adequado evita preocupações desnecessárias e dá à mulher mais tranquilidade para viver essa fase tão especial", conclui.